Cunha diz que só comenta contas suíças após acesso a investigação

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou novamente nesta sexta-feira (9) que só irá se manifestar sobre as contas bancárias na Suíça atribuídas a ele depois que seu advogado tiver acesso à investigação.

O Ministério Público da Suíça encaminhou à Procuradoria Geral da República investigação contra Cunha naquele país na qual foram identificadas contas secretas que tinham como beneficiários Cunha e alguns de seus familiares.

Nesta quinta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmou em ofício à Câmara que o deputado possui contas no país europeu, que ele foi investigado pelas autoridades suíças por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção, e que os valores depositados nas contas foram bloqueados.

“O presidente desconhece o teor dos fatos veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real do que vem sendo divulgado. Assim que tiver ciência, por meio de seus advogados, o presidente se manifestará”, diz o texto da nota divulgada hoje pela assessoria de imprensa de Cunha.

Na nota, o deputado voltou a afirmar o teor de seu depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, quando, em março, negou possuir contas em seu nome do exterior.

Cunha também voltou a acusar a “divulgação seletiva” de notícias sobre as investigações que, segundo ele, fariam parte de uma “tentativa contínua de transformar o presidente da Câmara no principal foco das investigações”, diz a nota.

O deputado afirmou ainda que continua realizando seu trabalho com “lisura e independência”, e que confia na “isenção e imparcialidade” do STF (Supremo Tribunal Federal).

Cunha, que já rejeitou publicamente a possibilidade de renunciar ao mandato de presidente da Câmara por causa das acusações contra ele, foi denunciado pela Procuradoria ao STF pela suspeita de ter recebido US$ 5 milhões em propina no esquema investigado pela operação Lava Jato.