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Justiça dá 180 dias para recuperação judicial da Mendes Júnior

O empreiteiro Sérgio Cunha Mendes, ex-vice-presidente da Construtora Mendes Júnior - Zeca Ribeiro/Agência Câmara
O empreiteiro Sérgio Cunha Mendes, ex-vice-presidente da Construtora Mendes Júnior Imagem: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/03/2016 21h22

A juíza da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, Patricia Santos Firmo, aceitou nesta quinta-feira (10) o pedido de recuperação judicial feito no início da semana pela Mendes Júnior Trading e Engenharia, a fim de quitar dívidas da empresa.

Pela decisão da juíza, a Mendes Júnior tem prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação à Justiça, sob pena de o juiz decretar a falência da companhia se isso não ocorrer.

Apresentado o plano da empresa, a Justiça irá determinar que ele se torne público para que os credores se manifestem. Assim, os credores terão 180 dias contados a partir do despacho da juíza para aprovar, ou não, o plano de recuperação judicial.

Se o plano também for acordado com a empresa sobre os prazos para os pagamentos e sobre a forma como isso vai ocorrer, a Justiça faz a sua homologação e a Mendes Júnior entra em processo de recuperação.

Caso a proposta não seja aprovada, a Justiça pode decretar a falência da empresa. Se a empresa desobedecer ao que foi acordado na assembleia de credores, também pode ser decretada a sua falência.

O UOL não conseguiu contato com representantes da Mendes Júnior na noite desta sexta-feira (11) para comentar a decisão da Justiça. No pedido feito à Justiça de recuperação, a empresa alegou que desde e 2014 sofre impactos por causa da situação econômica do país.

De acordo com o pedido à Justiça, a Mendes Junior “viu na recuperação judicial a opção adequada para reequilibrar sua situação econômica e financeira de modo a preservar os interesses dos credores, clientes, fornecedores, colaboradores e demais parceiros pela preservação da operação da companhia e continuidade de seus contratos”.

Envolvida na Operação Lava-Jato, executivos da construtora foram denunciados na 7ª fase da operação, deflagrada em novembro de 2014, que investigou irregularidades em contratos da Petrobras com empreiteiras.

Após o processo, a Justiça Federal condenou executivos da Mendes Júnior por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O ex-vice-presidente executivo da construtora, Sérgio Cunha Mendes, foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão.

O valor da causa corresponde ao montante da dívida segundo a própria empresa. O débito, porém, pode ser contestado e alterado no curso da recuperação judicial.