Temer nega influência em indicação de diretores condenados na Lava Jato
O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), negou nesta terça-feira (15) ter indicado diretores da Petrobras condenados pela Operação Lava Jato. A alegação de que Temer seria o responsável pelas indicações dos ex-diretores Jorge Zelada (área Internacional) e João Augusto Henriques (BR Distribuidora) foi feita pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS) em depoimento que faz parte do seu acordo de delação premiada homologado nesta terça-feira pelo ministro Teori Zavascki. O vice-presidente alega não conhecer os ex-diretores.
De acordo com o depoimento de Delcídio, em 2007, o governo do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aceitou “dar” a diretoria Internacional da Petrobras ao PMDB, em troca de apoio em votações no Congresso. Segundo Delcídio, o primeiro nome indicado para o cargo era João Augusto Henriques, que contava com o apoio de Michel Temer. O nome de Henriques, no entanto, não teria sido aceito pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT) e um novo nome foi apresentado, desta vez, o de Jorge Zelada.
A nomeação de Zelada foi, então, aceita. Segundo Delcídio, “Jorge Zelada foi chancelado por Michel Temer e a bancada do PMDB na Câmara”.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Temer disse que as informações divulgadas por Delcídio são equivocadas e que ele não teve influência nos nomes decididos. “As indicações foram feitas pela bancada do PMDB de Minas Gerais. O vice-presidente não tinha nenhum contato com essas duas pessoas”, afirmou a assessoria de imprensa.
Em fevereiro deste ano, Zelada e Henriques foram condenados por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela 13ª Vara da Justiça Federal, comandada pelo juiz Sérgio Moro. O processo que resultou na condenação da dupla envolve o fretamento de um navio-sonda para a Petrobras.
A delação premiada de Delcídio do Amaral citou diversos empresários, ministros de Estado e políticos, entre eles o ex-presidente Lula, a presidente da República, Dilma Rousseff, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Entre as alegações feitas por Delcídio está a de que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, teria oferecido ajuda financeira para que o senador não fizesse a delação premiada.
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