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Estudante agredida na Paulista volta para protestar e diz ter medo do futuro

A estudante Isadora Schutte, na Paulista: "Nunca deixarei de expressar minhas convicções políticas" - Vinícius Segalla/UOL
A estudante Isadora Schutte, na Paulista: "Nunca deixarei de expressar minhas convicções políticas" Imagem: Vinícius Segalla/UOL

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo

18/03/2016 21h10

A estudante Isadora Schutte, 18, que foi agredida no protesto de quarta-feira (16) contra a presidente Dilma Rousseff, na avenida Paulista, em São Paulo, voltou nesta sexta-feira (18) ao local para defender a presidente.

"Vim porque sou a favor da democracia, não acho que a Dilma tenha que cair e tenho medo do que pode acontecer se nós não sairmos às ruas."

Isadora participou nesta sexta do ato pró-Dilma ao lado dos pais. Ela foi agredida por manifestantes na quarta (16) quando seguia pela ciclovia da Paulista ao lado do companheiro, sobre uma bicicleta da cor vermelha, em meio à manifestação. Os dois foram agredidos e xingados, e a bicicleta vermelha, danificada e "acusada" de comunismo.

Isadora comentou e compartilhou o vídeo da agressão em postagem no Facebook: "Eu fico triste pela situação que temos hoje no Brasil em que eu não sei quem é mais doente, o governo, a oposição, ou a população. Fico triste pela ignorância das pessoas, pelo desconhecimento político das pessoas, pelos discursos falidos de quem nem sabe o que está fazendo ali, sinto muito pela ingenuidade deles em acreditar que uma pessoa é responsável por todo um sistema de corrupção que existe há anos, sinto muito pela intolerância, pelo ódio que nos divide, sinto muito em ver que essas manifestações da direita são mais uma festinha pra postar foto no instagram do que realmente a defesa de uma ideologia ou causa."

Manifestantes agridem dois jovens durante ato contra o governo...

Eu estava na Avenida Paulista com alguns amigos quando começou uma manifestação de opositores ao governo Dilma. Vi quando esses dois jovens foram hostilizados por simplesmente estarem com uma bicicleta vermelha e, segundo os manifestantes, terem "cara de petistas". As agressões começaram quando um dos manifestantes gritou "Fora Lula" no ouvido da moça que respondeu "Não!". Acompanhamos os dois até a base da PM, eles reconheceram um dos agressores, que deu um soco no rapaz, e foram para a delegacia registrar ocorrência.Eu também fui hostilizado por estar com um boné vermelho com o escrito: Zona Sul.É isso que o Moro e a Globo estão fazendo pelo Brasil! Dando "combustível" para uma gente claramente desequilibrada (é só ver todos vídeos bizarros das manifestações).

Publicado por Warley Alves em Quarta, 16 de março de 2016


Ela afirmou ao UOL que já planejava participar do ato na Paulista a favor de Dilma mesmo antes do incidente, e que muitos amigos tentaram convencê-la a não ir, porque temiam que poderia haver pessoas infiltradas na multidão querendo confusão.

"Mas eu não poderia deixar de vir e nunca deixarei de expressar minhas convicções políticas."

Manifestações a favor de Dilma e Lula pelo país

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