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"Quero que investiguem", diz Aécio sobre inquérito no STF

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) na cerimônia de posse do presidente interino Michel Temer (PMDB), em maio - Pedro Ladeira - 12.mai.2016/Folhapress
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) na cerimônia de posse do presidente interino Michel Temer (PMDB), em maio Imagem: Pedro Ladeira - 12.mai.2016/Folhapress

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

07/06/2016 17h15

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) minimizou a abertura de um segundo inquérito contra ele junto ao STF (Supremo Tribunal Federal). Nesta terça-feira (7), ao ser questionado sobre o assunto, Aécio disse ser favorável à investigação. “Eu quero que investiguem”, disse ao final de uma entrevista coletiva no Senado.

Na última segunda-feira (6), o ministro Gilmar Mendes autorizou a abertura de um inquérito contra Aécio por indícios de que o tucano teria realizado manobras para excluir dados eventualmente contrários a ele durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios, que investigou a escândalo do mensalão, em 2005. 

A investigação tem como base a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que disse em um de seus depoimentos que “Aécio enviou emissários para que o prazo de entrega das quebras de sigilo (do Banco Rural) fosse delongado”. Delcídio era o presidente da CPI dos Correios em 2005.

O primeiro inquérito autorizado pelo STF contra Aécio investiga as suspeitas de que o tucano se beneficiou de um esquema de desvio de recursos públicas da estatal Furnas. Esse inquérito também tem como base a delação premiada de Delcídio, mas também contém elementos de depoimentos prestados por outro delator da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef. 

Em notas enviadas pela assessoria de imprensa de Aécio Neves à época das aberturas dos dois inquéritos, o tucano negou as irregularidades e disse estar confiante de que os “esclarecimentos a serem prestados demonstrarão de forma definitiva a improcedência e absurdo” das citações feitas pelo ex-senador Delcídio do Amaral.

Prisão de líderes do PMDB

Pedidos de prisão não vão impedir impeachment, diz Aécio

UOL Notícias

Questionado sobre o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), Aécio disse ter recebido a notícia com surpresa.

“Certamente foi uma surpresa para todos. Reunimos a bancada e estamos agindo com absoluta cautela porque cabe ao STF se manifestar e se manifestar a partir das informações a ele entregues pela PGR”, afirmou.

Aécio Neves disse ainda não acreditar que o pedido de prisão contra o quarteto possa atrapalhar a condução do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), que tramita no Senado. “Achar que isso possa impedir, retardar ou inviabilizar os trabalhos da comissão do impeachment é um equívoco. Ela seguirá seu rito próprio”, afirmou o tucano.