Eleição de Maia enfraquece "centrão", diz líder da oposição a Temer
Líder dos partidos de oposição ao governo interino na Câmara, a deputada Jandira Feghali (PCdoB) afirma que o resultado da eleição que levou Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara “com certeza” representa “um enfraquecimento de [Eduardo] Cunha e do centrão”, disse em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira (14).
Maia foi eleito com 285 votos contra 170 de Rogério Rosso (PSD-DF), candidato apontado como preferido pelos partidos do "centrão", bloco informal de 13 legendas que ganhou protagonismo na gestão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara.
A disputa teve 12 candidatos de partidos da base do presidente interino, Michel Temer, o que, para Jandira, mostra que o apoio governista está “fragmentado” na Câmara. “Aumentou a fragmentação da base do governo”, diz a líder da minoria.
O partido de Jandira, o PCdoB, anunciou apoio a Rodrigo Maia, assim como o PDT. Parte dos deputados do PT também teria escolhido Maia. A votação foi secreta.
A deputada, que não participou da votação por não concordar com o suporte ao candidato do DEM, diz que a opção dos partidos da antiga base da presidente afastada, Dilma Rousseff, foi uma escolha por reduzir a influência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Casa, apontado como mais próximo de Rogério Rosso.
“A opção desses partidos foi derrotar Cunha”, afirma Jandira. A deputada avalia que a identificação de Rosso com Cunha contribuiu para a derrota do candidato do PSD. Rosso tem rejeitado o rótulo de aliado do peemedebista e diz que mantinha apenas relações “respeitosas” por ser líder de seu partido e Cunha, ex-presidente da Câmara.
Líder de partido do "centrão" vê união
O líder do PR, Aelton Freitas (MG), diz discordar da avaliação de Jandira e afirma que o resultado da eleição unificou a base do governo, pois aproximou o DEM e o PSDB, principais partidos que apoiaram a candidatura de Maia. Apesar de o PR ser apontado como integrante do centrão, Freitas diz que a classificação não teria relevância, pois são todos partidos da base governista.
“Acho que [a eleição] vai fortalecer. Porque se estivesse tendo um racha, era com esses partidos e o DEM e o PSDB. Agora aglutinou o DEM e o PSDB. Quem ganha com isso é o governo”, diz. “Acho que a mídia que está fazendo a divisão da base do governo”, afirma Freitas.
O PR teve candidato próprio e decidiu apoiar Maia no segundo turno.
Oposição a Temer
A deputada do PCdoB afirma que os partidos de oposição vão buscar se contrapor a algumas das principais pautas econômicas do governo interino, como a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita os gastos públicos, a permissão para que a Petrobras não participe da exploração de campos do pré-sal e as privatizações previstas pelo governo Temer.
Para conseguir pressionar mesmo com menor número de deputados nas votações, Jandira diz contar também com manifestações populares contrárias a essas propostas.
“Vamos ter que aproveitar a fragmentação [da base governista] para poder ganhar espaço. E contar muito com as ruas”, diz.
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