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Não poderia deixar de visitar quem construiu comigo essa vitória, diz Maia sobre Aécio

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), recém-eleito presidente da Câmara, se encontra com o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, no gabinete do senador em Brasília - Leandro Prazeres/UOL
O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), recém-eleito presidente da Câmara, se encontra com o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, no gabinete do senador em Brasília Imagem: Leandro Prazeres/UOL

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

14/07/2016 11h46Atualizada em 14/07/2016 13h03

Recém-eleito presidente da Câmara até 2017, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse nesta quinta-feira (14) que a visita a Aécio foi uma demonstração de gratidão pelo apoio que o líder do PSDB deu à sua candidatura à presidência da Câmara. “A nossa vitória foi construída em um domingo à noite, em uma conversa comigo, (Antônio) Imbassahy, presidente Aécio e o ministro (da Educação) Mendonça (Filho). Dali saiu a estratégia para a vitória. Eu não poderia deixar de visitar quem construiu comigo a base dessa vitória [...] Na vida a gente tem que ser grato a quem entra num projeto quando poucos acreditaram”, disse Maia após a reunião.

Em seu primeiro dia como presidente da Câmara dos Deputados, Maia faz uma "peregrinação" a lideranças políticas. Às 11h, ele foi recebido por Aécio e será levado ao tucano pelo líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA). Às 12h, será a vez de se encontrar com o presidente interino, Michel Temer.

Rodrigo Maia disse que irá conversar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para estabelecer uma pauta conjunta para as duas casas legislativas. “Vou trabalhar junto com o senador Renan Calheiros. E nós, deputados e senadores, vamos escolher pautas em conjunto para que a gente possa superar a crise, reformar muitos temas no Brasil em conjunto. É fundamental que a Câmara e o Senado voltem a ter um diálogo saudável”, afirmou.

Maia disse que, além das pautas econômicas, a reforma política será uma das suas prioridades. “O sistema político faliu. Ruiu. Câmara e Senado precisarão trabalhar em conjunto. A reforma política talvez seja, fora dos temas econômicos, uma agenda urgente para que a Câmara e o Senado possam, juntos, debater e fazer mudanças um pouco mais profundas no sistema político-eleitoral brasileiro”, afirmou.

Em 2015, Rodrigo Maia foi relator da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da reforma política. Entre as medidas defendidas por ele, estava a manutenção das doações empresariais a campanhas eleitorais, que acabaram proibidas após uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Além da visita nesta quinta, Aécio já havia sido elogiado por Maia durante seu discurso no primeiro turno das eleições à presidência da Câmara, na noite de quarta-feira (13). “Dentre as biografias que a presidência da Câmara ajudou a escrever, não esqueceria o meu amigo e senador Aécio Neves, eleito numa quadra não tão adversa, nem complexa como a atual, mas que remou  contra a maré da própria base de apoio governo de seu partido. Aécio construiu pontes com todos os atores centrais de todas as legendas, deixou o posto aclamado e respeitado, conduziu a Casa com espírito republicano”, disse Rodrigo Maia na ocasião. 

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Eleição em segundo turno

Maia foi eleito presidente da Câmara nesta madrugada para ocupar um mandato-tampão de seis meses, até 31 de janeiro de 2017. No segundo turno da disputa, Maia teve 285 votos, contra 170 de Rogério Rosso (PSD-DF), considerado favorito até então e representante do "centrão". Houve ainda 5 votos em branco entre os 460 deputados presentes.

A eleição foi precipitada pela renúncia ao cargo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado há dois meses do mandato por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Nesse período, a Câmara vinha sendo comandada pelo vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA).

Além do PSDB e dos partidos da antiga oposição à presidente Dilma, Maia angariou mais apoios no segundo turno da disputa. O PCdoB e o PDT, partidos da antiga base da petista, decidiram apoiá-lo no segundo turno. Maia apoiou o impeachment e seu partido fazia oposição a Dilma. O apoio na eleição foi justificado por líderes do PCdoB e PDT como uma forma de se contrapor à influência de Eduardo Cunha e do chamado "centrão", grupo alinhado ao outro candidato, Rogério Rosso.

Maia também conseguiu o apoio do PR e do PTN, ambos do "centrão"..

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