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Maranhão diz que "história" vai avaliar seu mandato na presidência da Câmara

Deputados batem boca por causa do adiamento da eleição na Câmara

UOL Notícias

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília*

13/07/2016 18h39Atualizada em 13/07/2016 19h32

Prestes a deixar o mandato interino na presidência da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) afirmou que a “história vai fazer a avaliação” de seu tempo à frente da casa legislativa, marcado por críticas de deputados de diferentes partidos e inclinações políticas.

“Nós demos as contribuições possíveis. Certamente a história vai fazer a avaliação daquilo que foi possível fazer”, disse Maranhão, num dos raros momentos em que parou para falar com jornalistas que o aguardavam na entrada do plenário de votações.

A Câmara realiza na noite desta quarta-feira (13) a eleição para o cargo de presidente, posto ocupado por Maranhão desde maio, com o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do exercício do mandato por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).

Maranhão acumulou críticos por suas decisões administrativas na presidência e também por ser acusado de não conseguir comandar as sessões e estabelecer previsibilidade à pauta de votações.

Entre as decisões que desagradaram deputados de grupos distintos, estão as duas vezes em que Maranhão determinou que o processo de cassação de Cunha regredisse algumas fases e ainda quando ele anulou a votação da aprovação pela Câmara do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff.

Mesmo em seu último dia, o deputado fez novos recuos: ele alterou por duas vezes o horário da eleição para a presidência da Câmara. Maranhão fixou o início da sessão para as 17h30, cerca de quarenta minutos após ter adiado a sessão das 16h para as 19h.

Em tom de despedida, Maranhão também fez um pronunciamento em plenário sobre seu tempo na presidência na sessão desta quarta. Ele afirmou que deixa o comando da Câmara "sem mágoas e sem rancor e com a consciência tranquila e limpa". 

Maranhão se despede da presidência da Câmara "sem mágoas"

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"O Brasil é maior que todos nós e seu destino será glorioso se cada um fizer a sua parte". Maranhão também se defendeu da acusação de que teria tomado decisões para protelar o processo de cassação do deputado federal Eduardo Cunha, de quem é aliado. "Minha motivação foi garantir o amplo direito da defesa e cumprir o regimento interno da Câmara." Ele encerrou seu discurso pedindo desculpas.

(*Colaborou Flávio Costa, de São Paulo)