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Em novo round contra Temer, Renan critica reforma da Previdência

Renan Calheiros (e) tem feito críticas públicas ao governo Temer - Pedro Ladeira - 5.jul.2016/Folhapress
Renan Calheiros (e) tem feito críticas públicas ao governo Temer Imagem: Pedro Ladeira - 5.jul.2016/Folhapress

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

13/03/2017 17h51

O ex-presidente do Senado e atual líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), fez duras críticas, nesta segunda-feira (13), ao projeto de reforma da Previdência enviada pelo governo federal ao Congresso. Para ele, há graves equívocos na proposta, que a impedem de ser aprovada pelos parlamentares.

"Nós precisamos, claro, atualizar as regras da Previdência, fazer uma reforma. Mas essa proposta que o governo mandou para o Congresso, da forma como ela está, não tem condição nenhuma de passar", afirmou o senador, em entrevista coletiva. "O Lula fez uma reforma, o Fernando Henrique fez uma, a Dilma fez uma e o Michel vai fazer a dele. Mas é reforma possível, não é a definitiva", completou.

A declaração de Renan vem num momento em que o senador tem feito reclamações públicas sobre o presidente e o governo. Na semana passada, Calheiros criticou a escolha de Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça, de André Moura (PSC-SE) para a liderança do governo no Congresso, e de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) para a liderança do governo na Câmara.

Ele também chegou a dizer que o governo Temer é alvo de uma disputa entre o PSDB e um grupo de deputados comandado pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na entrevista desta terça, Calheiros ainda detonou um dos pontos propostos da reforma da Previdência que prevê 49 anos de contribuição de um trabalhador para que ele receba aposentadoria integral.

"Eu disse outro dia que exigir de um trabalhador nordestino que ele pague 49 anos de contribuição é porque não conhece a realidade da região", disse, citando como exemplo o trabalhador rural que precisaria trabalhar esse tempo para se aposentar.

Para o senador alagoano, a proposta ainda tem "outros excessos". "Há outros exageros, como na transição e na idade mínima, que não pode igualar o que é diferente. Precisa ter uma idade mínima para homem e outra para mulher, que também tem muito de seus afazeres. O Chile, a Argentina, a Itália, o Reino Unido têm idades diferentes, e precisamos fazer com que isso aconteça aqui no Brasil", pontuou.