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Dilma critica julgamento do TSE baseado em tentativa do PSDB de "encher o saco"

05.jun.2017 - Ex-presidente Dilma Rousseff (PT) é tietada durante abertura do Salão do Livro Político na PUC, em São Paulo - Bruno Santos/ Folhapress
05.jun.2017 - Ex-presidente Dilma Rousseff (PT) é tietada durante abertura do Salão do Livro Político na PUC, em São Paulo Imagem: Bruno Santos/ Folhapress

Daniela Garcia

Do UOL, em São Paulo

05/06/2017 22h10

À véspera do julgamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a ex-presidente Dilma Rousseff criticou nesta segunda-feira (5) que o processo contra a sua chapa tenha se baseado numa "tentativa de encher o saco", como disse o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Grampeado, o tucano disse a Joesley Batista que a sua coligação entrou com processo no TSE para "encher o saco" do PT.

Dilma fez a afirmação na noite desta segunda-feira (05) no 3º Salão do Livro Político no teatro Tucarena, da PUC, na região oeste de São Paulo.

"Essa fala é gravíssima, porque ela mostra a leviandade, a falta de princípio de valor que leva um país pela marcha batida de umas das maiores crises políticas e institucionais", disse Dilma a uma plateia formada por estudantes e grupos de esquerda.

A ex-presidente causou risos entre os espectadores ao repetir a frase de Aécio. "É um desrespeito ao resultado democrático de uma eleição baseado na tentativa de encher o saco", disse Dilma.

Essa foi a única fala da ex-presidente sobre o julgamento contra a chapa Dilma-Temer que o TSE retoma nesta terça-feira (6).

Como Dilma sofreu o processo de impeachment, o julgamento de amanhã pode cassar o mandato de Michel Temer (PMDB). Os sete ministros da corte eleitoral vão analisar se houve irregularidades na campanha de 2014 que reelegeu a então presidente Dilma Rousseff (PT) e o então vice Temer, na esteira de depoimentos de delatores que reafirmaram à Justiça Eleitoral o pagamento de caixa dois à chapa vencedora.

Entenda o processo

O processo começou pouco depois das eleições de 2014, quando o PSDB entrou com quatro ações no TSE acusando a chapa adversária, formada por Dilma Rousseff e Michel Temer, de ter cometido irregularidades na campanha e pedindo sua cassação. A principal acusação era sobre o recebimento de doações irregulares (caixa dois) de empresas beneficiadas pelo esquema de corrupção investigado na Petrobras pela Operação Lava Jato.

Em maio, o vice-procurador eleitoral Nicolao Dino apresentou parecer pedindo a cassação do mandato de Temer e a inelegibilidade de Dilma. As defesas des ambos têm afirmado que não foram cometidas irregularidades na campanha. O julgamento pode ser interrompido caso algum dos sete ministros peça vista. Apesar de o regimento interno do TSE não apontar regras sobre essa dinâmica, a praxe é que isso aconteça apenas depois do voto do relator.

Caso uma eventual cassação seja mantida pelo STF, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assume a Presidência da República inteirinamente, com a obrigação de convocar novas eleições indiretas, com o voto apenas de deputados federais e senadores.

Do rito aos possíveis finais, como será julgamento de Dilma e Temer no TSE?

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