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Transferência para Papuda e depoimento de Rocha Loures são adiados

Bruno Santos/ Folhapress
Imagem: Bruno Santos/ Folhapress

Do UOL, em São Paulo

05/06/2017 10h48

O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) será transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, apenas na quarta-feira (7). Ele foi preso no último sábado (3) e deste então ocupa uma cela na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal. Inicialmente, a transferência estava marcada para esta segunda-feira (5).

A data do depoimento de Loures também deve ser alterada. Ele deve prestar depoimento à Polícia Federal até quarta-feira. Antes, a oitiva estava marcada também para hoje. A PF não deu mais detalhes sobre a mudança e nem informou o que a motivou.

Loures foi preso por ordem do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da operação Lava Jato na Corte.

Ele foi preso em sua casa, em Brasília, por volta das 6h. O mandado de prisão preventiva não incluía busca e apreensão de materiais e documentos, de acordo com a PF.

O pedido de prisão foi feito pela PGR (Procuradoria-geral da República) ao STF na noite da quinta (1º) após Loures perder o foro privilegiado. Ele deixou de ser deputado federal após Osmar Serraglio – de quem era suplente -- deixar o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública e voltar para Câmara dos Deputados.

O "homem da mala"

Loures foi preso às vésperas do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que começa na terça (6), que pode fazer com que Temer tenha o mandato cassado. Conhecido como “homem da mala”, ele é apontado pela PGR como o “homem de total confiança” do presidente Michel Temer.

Ele foi flagrado em abril correndo por uma rua no bairro dos Jardins, zona oeste de São Paulo, com uma mala entregue das mãos de Ricardo Saud, um dos executivos do frigorífico JBS que fez acordo de delação premiada. Eram 10 mil notas de R$ 50, que somadas davam R$ 500 mil. A mala e os valores foram devolvidos por Loures à PF.

Segundo os delatores da empresa, Loures atuaria como intermediário de Temer junto à JBS, atendendo aos interesses da empresa no governo. Em conversa gravada por Joesley Batista, um dos donos da JBS, Temer teria dito ao empresário que Loures era quem Joesley deveria procurar para tratar de assuntos da companhia junto ao governo. A defesa do presidente nega que a gravação corresponda "à realidade do diálogo".

A prisão aprofunda a crise que afeta o governo Temer desde a divulgação da delação da JBS, que inclui a gravação de uma conversa com Joesley Batista em que o presidente supostamente dá aval para que o empresário comprasse o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e condenado na Operação Lava Jato.

O presidente tem afirmado que não participou de atos ilegais e que tem pressa na tramitação do inquérito para que os fatos sejam esclarecidos. Temer também contesta a interpretação da conversa feita pela PGR, e classificou a grava.

Loures devolveu a mala com R$ 35 mil a menos, depois complementou

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