Topo

Alckmin minimiza liderança de Lula em pesquisas: "está o tempo todo na mídia"

O governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversam durante evento em 2014 - Zanone Fraissat/FOLHAPRESS
O governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversam durante evento em 2014 Imagem: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS

Venceslau Borlina Filho

Do UOL, em São Paulo

14/09/2017 17h20

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), buscou minimizar nesta quinta-feira (14) uma possível disputa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2018. O tucano já demonstrou interesse em ser o candidato do partido na corrida presidencial do ano que vem.

Perguntado sobre as pesquisas de intenção de voto, que colocam o petista na dianteira, o tucano afirmou que "pesquisa um ano antes das eleições é recall". "É quem já foi presidente, disputou diversas eleições, está o tempo todo na mídia", disse.

Alckmin esteve no início da tarde em um seminário organizado pelo ITV (Instituto Teotônio Vilela), que é ligado ao PSDB. Numa análise divulgada nesta quarta (13), o Instituto defendeu a condenação com "rigor" de Lula, mas afirmou que ele precisa ser derrotado nas urnas. "Só assim o mito em torno do qual sua figura enganosa foi erigida será implodido de vez", diz o documento. 

Para Alckmin, no entanto, adversário não se escolhe. "Isso, quem vai ser o candidato do PT, não vamos ser nós que vamos definir", disse. "Primeiro, democracia é disputa e quem ganha com a disputa é o povo, porque você debate, você esclarece, apresenta projetos e o povo decide em qual ele mais confia", afirmou o governador.

Também postulante à Presidência da República, o petista só não concorrerá às eleições caso seja condenado em segunda instância na Lava Jato. Nesta quarta, Lula esteve novamente frente a frente com o juiz Sergio Moro para um interrogatório, neste caso numa ação onde é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por uma suposta doação de um terreno pela empreiteira Odebrecht em troca de contratos com a Petrobras. Ele nega.

Alckmin disse ainda se sentir mais amadurecido e preparado para disputar as eleições presidenciais do que em 2006, quando acabou derrotado no segundo turno por Lula. "Esse é um momento totalmente diferente, um país diferente. O que eu me sinto é muito mais amadurecido, mais preparado. O país é continental, tem vários Brasis", disse citando as dificuldades econômicas pelas quais passa o país. 

Gladiadores X construtores

Durante discurso ao público formado principalmente por políticos e filiados do PSDB, o governador paulista afirmou que o "Brasil precisa de menos gladiadores e de mais construtores". Ele negou que a mensagem fosse direcionada a alguém.

Alckmin trava um embate com o prefeito de São Paulo, João Doria, que também é postulante a candidatura do PSDB à Presidência da República, e já afirmou estar disposto a participar de prévias para a escolha do nome do partido. Já Doria afirmou não querer concorrer as prévias com Alckmin, que é seu padrinho político.

"É de uma forma geral [que se referiu a gladiadores e construtores]. O país passa por um momento difícil, precisa de um conjunto de reformas e precisa de convergência. 'Construtores' é no sentido do diálogo", disse o governador. 

Perguntado se o PSDB não se sente constrangido em manter aliança com o governo Michel Temer, alvo de denúncias de corrupção, Alckmin afirmou que o partido tem cumprido "dever cívico" em ajudar o Brasil contra a crise. "A população sabe diferenciar as coisas", afirmou. 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também participou do seminário, mas saiu sem falar com a imprensa. O ITV é presidido atualmente pelo ex-senador José Aníbal (PSDB) e tem entre suas atribuições promover debates sobre políticas públicas e conjuntura político-econômica.

Corrida pelo Planalto tem embaraços, ataques e viagens

UOL Notícias