Topo

"Não quero Lula preso, quero Lula julgado", diz Bolsonaro em entrevista

Do UOL, em São Paulo

27/10/2017 19h52Atualizada em 30/10/2017 20h47

Pré-candidato ao Palácio do Planalto, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) criticou o andamento do processo na Justiça contra o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que também é cotado para concorrer ao pleito presidencial em 2018.

“Não quero Lula preso, quero Lula julgado. Nossa Justiça não pode continuar sendo tão morosa como é", disse o deputado no programa Mariana Godoy Entrevista', da Rede TV, na série "Presidenciáveis", que vai ao ar nesta sexta-feira (27).

Apontado como candidato da extrema-direita, Bolsonaro negou apoiar o neonazismo. "Neonazistas não vão encontrar eco em mim com as propostas deles de jeito nenhum. Conheci o Museu do Holocausto em Israel no ano passado e vi o sofrimento daquele povo. Você se emociona quando vê o que aconteceu de verdade", disse.

Na avaliação de Bolsonaro, há uma relação entre a política de desarmamento e o sistema ditatorial. O deputado chega a comparar o nazismo com os governos do PT e da Venezuela. "Hitler desarmou os judeus antes de partir para uma ditadura e o governo do PT também desarmou o povo brasileiro. A Venezuela também fez isso com seu povo em 2014 e olha o que está acontecendo lá. Sou favorável a pró-armas, não quero jamais falar em ditadura.”

Privatizações e direito de matar

O pré-candidato também condenou os investimentos chineses no Brasil. “A China não está comprando no Brasil, ela está comprando o Brasil. Você não está privatizando as estatais, você está estatizando para os chineses. Toque de caixa, onde abre-se um projeto para a entrada de engenheiros aqui no mercado de trabalho do Brasil, mesmo tendo aí dezenas de milhares de engenheiros desempregados", afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro afirmou também ter o desejo de alterar o sistema de segurança brasileira. Tanto a Polícia Civil como Militar, segundo ele, deveriam ter imunidade para matar durante as operações. "Havendo reação, ela [a polícia] tem o direito de matar. Se matar, com dois, três ou vinte tiros, ele [policial] responde, mas não há punição", defendeu.

O presidenciável disse que dar "carta branca para o policial atirar para matar" é a solução para combater a criminalidade no Brasil. "O ser humano só respeita o que teme", alegou.