Topo

Para defender voto aberto no Senado, Kajuru revela que pai teve amante

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

01/02/2019 19h03

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) revelou nesta sexta-feira (1º), no plenário da Casa, que seu pai teve uma amante -- e a posterior comunicação do caso à mãe -- para defender que a votação para a Presidência do Senado seja aberta. 

O regimento do Senado prevê que a eleição para a Mesa Diretora seja feita com voto secreto, mas os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Lasier Martins (PDT-RS) apresentaram questões de ordem defendendo a votação aberta. Em meio ao debate sobre o assunto, o recém-empossado Kajuru, estreante na Casa, pediu a palavra.

"O Brasil inteiro está nos vendo. O que o Brasil inteiro está esperando de nós? Que jamais aceitemos o voto secreto. É isto", defendeu. "Eu vejo que, essa Casa hoje, mostrar ao Brasil inteiro que vai votar para a Presidência do Senado de forma secreta, é dar um tapa na cara de toda a sociedade brasileira."

Para arrematar sua argumentação, Kajuru não se furtou a relembrar como descobriu, aos 11 anos de idade, um caso extraconjugal do pai, assim como a revelação do mesmo à mãe. 

"Papai era um padeiro, Zezinho padeiro em Cajuru, próximo de Ribeirão Preto. Eu, filho único. Eu estava com o [jornalista José Luiz] Datena na pizzaria Bambino. De repente, chega o meu pai com uma mulher. E eu levei um susto. Papai veio na minha mesa: 'meu filho, o que você está vendo aqui é secreto, tá?'. Eu falei: 'Como assim, pai?'."

No que o pai teria respondido: "Essa aqui é minha amante, filho."

O senador prosseguiu o relato. À mesa com o pai e a mãe, jantando, o então menino Kajuru dispara: "Papai falou para mim que é secreto, que não podia falar para a senhora. A senhora está tomando bola nas costas, mamãe. Papai tem uma amante."

Se o voto secreto hoje seria um "tapa na cara" da sociedade, a revelação de Kajuru à mãe lhe valeu uma surra do pai. Mas, segundo o senador, valeu a pena.

"Eu apanhei demais, o que meu pai me bateu foi uma loucura. Mas eu apanhei tão prazerosamente, porque eu contei para a minha mãe aquilo que meu pai falou que era secreto", disse. "Eu não abro mão de que o voto seja aberto."