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Justiça dá até sexta-feira para Bolsonaro depor em processo sobre facada

29.mai.2019 - O presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
29.mai.2019 - O presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa em Brasília Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

05/06/2019 19h56

A Justiça Federal estabeleceu que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deponha sobre o caso da facada até esta sexta-feira (7). Na decisão, o juiz Bruno Savino, da 3ª Vara de Juiz de Fora (MG), autorizou que o depoimento seja tomado por escrito, em função da "dignidade do cargo ocupado pela vítima".

A data escolhida, explica Savino, é o último dia útil antes de uma audiência que será realizada às 14h da próxima segunda-feira (10).

Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada no presidente, foi declarado inimputável no último dia 27. De acordo com parecer psiquiátrico, Oliveira é portador do Transtorno Delirante Persistente e, "em razão desta patologia, teria reduzida sua capacidade de entendimento do caráter ilícito ao tempo do fato."

O réu, no entanto, seguirá enfrentando processo e pode ser alvo de medidas de segurança, como uma internação em instituição psiquiátrica. "(...)A lei processual penal veda, sem ressalvas, a possibilidade de absolvição sumária do inimputável", escreveu o juiz em sua decisão.

O documento assinado pelo juiz ordena ainda que a documentação entregue por Bolsonaro -- como detalhes de sua internação do Hospital Israelita Albert Einstein, por exemplo -- seja alvo de uma perícia indireta para constatar o tempo "que perdurou a incapacidade da vítima para as suas ocupações habituais, em virtude da lesão corporal sofrida."

Em setembro passado, o então candidato Jair Bolsonaro foi alvo de uma facada em um ato de campanha na cidade de Juiz de Fora. Ele estava sendo carregado por apoiadores quando foi atingido no abdome. Adélio foi preso pouco depois do atentado e, atualmente, está detido em Campo Grande (MS).

"Cumprir sua missão"

Durante sua avaliação psiquiátrica, Adélio sustentou que se eleito, Bolsonaro "entregaria nossas riquezas ao FMI, aos maçons e à máfia italiana".

O réu ainda disse em sua avaliação que, na gestão de Bolsonaro, seriam mortos "os pobres, pretos, índios, quilombolas, homossexuais, só ficando os ricos maçons dominando as riquezas do Brasil".

Adélio Bispo afirmou ainda que, quando sair da prisão, vai "cumprir sua missão de matar Bolsonaro e também Michel Temer (ex-presidente da República), que também participaria do complô maçônico para conquistar as riquezas do Brasil".