Sem Janaina, Joice e Frota, Eduardo Bolsonaro assume presidência do PSL-SP
Em meio a brigas internas e sem figuras como os deputados federais Joice Hasselmann e Alexandre Frota ou a deputada estadual Janaina Paschoal, o deputado federal Eduardo Bolsonaro tomou posse hoje à noite como presidente do diretório paulista do PSL, partido também de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro e prometeu fazer um partido "muito mais conservador".
Do "primeiro escalão" do partido, estavam o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, a deputada federal Carla Zambelli, e o senador Major Olímpio - que era presidente da sigla em SP, com Eduardo como vice, renunciou ao cargo e passou o bastão ao filho do presidente. Eles formam a ala "pró-Eduardo" do partido.
A outra, encabeçada por Joice e Frota, que chama o ato de Eduardo de "autoproclamação", argumentam que o filho de Bolsonaro não teria comparecido a nenhuma reunião do diretório paulista no último ano.
"Não vejo isso como algo desagregador. Na verdade, nós deputados temos uma vida corrida e seria uma presunção minha querer contar com 100% da bancada estadual aqui", disse Eduardo sobre as ausências.
Em um salão do hotel Renassaince, onde a cerimônia se realizou, o racha era assunto dominante.
Em um grupo onde se intercalavam homens com fardas do exército e crianças vestindo camisetas de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), um dos militares dizia: "Acabou o rivotril do outro lado, o cara falou que 'vai colocar fogo no puteiro'", em referência a Alexandre Frota - que tem feito críticas públicas a colegas de partido no Twitter.
Ao UOL, o senador Major Olimpio negou divisões. "Pra mim não existe fragmentação. Ele [Eduardo Bolsonaro] era meu vice-presidente e naturalmente ele vai colocar uma nova executiva [no partido]. Pode gerar focos de descontentamento, mas é absolutamente natural. (...) É aquela coisa, quem não estiver satisfeito com o partido, tem que buscar outra agremiação política", disse.
Quem disputará a prefeitura de SP?
Além da eleição de Eduardo, outro ponto de disputa é a prefeitura de São Paulo: a ala próxima a Eduardo apoia candidatura do apresentador José Luis Datena.
Do outro lado do balcão pesselista, o apoio é à candidatura de Hasselmann.
"Ele é meu grande amigo, fiz um convite pra ele, conversei com o Bivar [Luciano, presidente nacional do PSL]. Ele até se anima em disputar as eleições, ele só não decidiu qual partido seria", disse Major Olimpio.
Na última semana, Olimpio e Joice Hasselman protagonizaram um bate-boca nos microfones do Congresso. "Eu não posso pegar uma arma e apontar na cabeça de parlamentar A,B ou C para votar", disse Joice depois de Olimpio dizer que um acordo que ela havia costurado era uma "coisa porca".
As fragmentações internas no PSL envolvem ainda o Fundo Partidário. Com quatro senadores e 54 deputados federais, a sigla deve receber mais de R$ 100 milhões em recursos públicos neste ano.
Mais conservador
No discurso de posse, o filho do presidente afirmou que "não será um ditador".
"Estamos em um momento de união, pra fazer um partido de direita, conservador e liberal de verdade na economia. (...) Vamos dar um cara a esse partido, muito mais Bolsonaro, muito mais de direita, muito mais conservador", disse Eduardo.
O novo líder do PSL-SP ainda anunciou a diretoria executiva do partido, que contará agora com nomes como o deputado Luis Felipe de Orleans e Bragança, defensor da monarquia.
Eduardo citou, como propostas para o partido em São Paulo, um "filtro" para filiados. "Quem aqui não ouviu que um ex-filiado do PT agora quer se filiar ao PSL pra surfar na onda?", perguntou à plateia, seguido por uma aclamação dos presentes.
Ele também sugeriu que os potenciais filiados ao PSL não tenham tido relações institucionais com o PT "por alguns anos".
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