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Após Moro assinar aumento, PF diz que ampliará cargos de 'liderança'

Moro anunciou Maurício Valeixo como novo diretor da PF - Reprodução
Moro anunciou Maurício Valeixo como novo diretor da PF Imagem: Reprodução

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

10/01/2020 13h32

Resumo da notícia

  • Sergio Moro enviou MP ao Congresso com aumento para PF
  • Custo do aumento salarial será de R$ 7,8 milhões
  • Diretor da PF enviou carta aos servidores
  • Segundo Valeixo, polícia ?inaugurará nova fase em busca da modernização?

O diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, afirmou que a medida provisória assinada pelo ministro Sergio Moro (Justiça) que aumentou salários na corporação vai dar "responsabilidades de liderança a um maior número de servidores".

A declaração está em uma carta aos servidores, distribuída por correio eletrônico e pela rede interna do órgão. O documento foi obtido pelo UOL.

O custo da medida provisória será de R$ 7,8 milhões e aumenta salários de superintendentes regionais e dá bônus para chefes de cartórios e de núcleos de operações.

Serão criadas cerca de 500 novas gratificações para quem estiver em posições de chefia. Os valores gastos vêm de recursos que, antes, a Polícia Federal devolvia à União. Valeixo tem dito a interlocutores que, por isso, entende que não se trata de "aumento de salários, mas de chefias". Os valores não podem ser incluídos nas aposentadorias.

"O fortalecimento da Polícia Federal se revela como um importante pilar na atual política de segurança pública", disse o ministro da Justiça, Sergio Moro, na justificativa da MP.

Na carta, Valeixo afirma que "a Polícia Federal inaugurará uma nova fase em busca da modernização de suas atividades".

Segundo ele, antes, havia distorções.

A medida provisória "previu espaços de chefia para os servidores da Polícia Federal de todos os cargos que, na prática, assumiam grandes responsabilidades com encargos diferenciados, sem a devida designação formal para ocupar um posto de liderança". "Tal situação representava prejuízo à representatividade dos chefes perante as suas equipes, bem como eventual responsabilização pelos encargos gerenciais desempenhados sem a devida formalização", continuou.

Valeixo disse que a corporação vai lutar por "melhores condições de trabalho", mas destacou os limites da situação orçamentária pela qual o Brasil passa. "Temos um longo caminho pela frente em busca de melhores condições de trabalho, sem perder o norte de que a PF está inserida na conjuntura do Estado brasileiro que passa pelo momento de busca de equilíbrio nos gastos públicos".

O diretor da polícia destacou que quase todas as gratificações foram destinadas aos estados, na ponta das atividades da corporação.

"Do total de funções criadas, 93% delas foram destinadas às unidades descentralizadas, responsáveis diretas pelo combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas, à corrupção, à recuperação de ativos ao erário e, sobretudo, por atender aos contribuintes na prestação de serviços relativos à expedição de passaportes, controle de produtos químicos, segurança privada, controle de armas, controle de estrangeiros, controle de fronteiras e controle migratório."