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Projeto de lei visa proteger entorno de hospitais que realizam aborto legal

Grupo de católicos protesta contra aborto legal de criança de 10 anos, estuprada pelo tio, em frente a hospital do Recife (PE) - Reprodução/Twitter
Grupo de católicos protesta contra aborto legal de criança de 10 anos, estuprada pelo tio, em frente a hospital do Recife (PE) Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

24/08/2020 20h44

Quatro deputadas do PSOL propuseram um projeto de lei que cria uma área de proteção no entorno de hospitais e clínicas que realizam o aborto legal — aquele permitido em casos que envolvem vítimas de estupro, risco de morte da mulher ou gestação de feto anencéfalo.

O projeto 4297/20 determina, em um raio de 200 metros do local onde os procedimentos são realizados, a proibição de qualquer atividade que possa constranger, ofender ou atacar as mulheres que buscam o procedimento. Quem descumprir a proposta será obrigado a prestar serviços comunitários e arcar com multa financeira. O dinheiro será utilizado em programas sociais que auxiliam vítimas de violência.

O texto também proíbe, dentro do perímetro, abordagens que possam constranger profissionais que atuam nos estabelecimentos, e inclui um pedido de proteção a instituições que auxiliam e abrigam mulheres vítimas de violência.

"O objetivo é proibir, dentro dessa zona especial de proteção, ações e abordagens que tenham por objetivo ofender, constranger ou dissuadir mulheres que buscam atendimento em instituições de saúde", diz a justificativa do projeto de lei.

A proposta é de autoria das psolistas Sâmia Bomfim (SP), Luiza Erundina (SP), Áurea Carolina (MG) e Fernanda Melchionna (RS).

De acordo com as deputadas, a iniciativa surgiu após um grupo de religiosos tentar impedir uma menina de 10 anos, estuprada pelo tio, de realizar um aborto legal no Recife. No dia 16 de agosto, o grupo organizou um protesto em frente ao hospital onde a criança realizou o procedimento; a garota precisou ser levada a Pernambuco para abortar legalmente após o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, em Vitória, se recusar a fazê-lo.

Com informações da Agência Câmara