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Diagnóstico precoce reduz efeitos da hidrocefalia

20/08/2008 14h00

São Paulo - A hidrocefalia, acúmulo anormal e excessivo de liquor na cabeça, acomete um em cada 500 bebês nascidos vivos no mundo. "Isso ocorre devido a uma obstrução em alguma parte do cérebro ou devido a um problema de reabsorção desse líquido, explica Paulo Breinis, neuropediatra do Hospital São Luiz Itaim, na capital paulista. "Hemorragias, defeitos na coluna vertebral, doenças genéticas e infecções também podem provocá-la", complementa Antônio Fernandes Moron, ginecologista e obstetra especialista em medicina fetal, chefe do departamento de Obstetrícia da Unifesp, diretor do Departamento de Medicina Fetal do Complexo Hospitalar Santa Joana e Pro-Matre e diretor clínico do Centro Paulista de Medicina Fetal.

De acordo com Breinis, a hidrocefalia pode ser provocada por causas congênitas ou pode ser adquirida. "Quem tem meningite pode ter. O mesmo ocorre com prematuros", diz.

Nessas circunstâncias, de acordo com o médico, deve haver o acompanhamento obstétrico com realização de exames como tomografia, ressonância e exames de fundo de olho para avaliar qual será a conduta cirúrgica a ser tomada.

No entanto, felizmente estão sendo feitos diagnósticos cada vez mais precoces. "Quando a hidrocefalia é descoberta durante a gestação, há a possibilidade de se fazer a cirurgia intra-craniana", afirma Moron.

Durante o procedimento - que é realizado durante a 24ª e a 32ª semanas de gestação - é colocada uma válvula no cérebro do bebê para evitar o acúmulo de água e contribuir para um melhor desenvolvimento fetal. "Nessas circunstâncias o risco de a criança apresentar retardo mental ou problemas motores após o nascimento são muito menores", avisa Moron.

Esse procedimento está autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) desde o mês de abril. "Desta forma a operadora de saúde também ganha, pois a colocação da válvula intra-útero contribui com a saúde do feto e tende a diminuir os gastos com saúde após o nascimento", finaliza Moron.

Adriana Bifulco