Dor na lombar é cada vez mais frequente e piora se não for tratada
Lombalgia é algo para lá de comum. Estamos falando da dor nas costas localizada na região lombar, próxima à bacia, em geral provocada por má postura, excesso de peso, sedentarismo, carregar peso de forma incorreta ou problemas decorrentes da rotina agitada. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 85% da população sofrem ou ainda vão sofrer desse mal.
Há outros gatilhos possíveis como gravidez, estresse e doenças como artrite, osteoartrose da coluna e osteofitose (bico de papagaio). Algumas vezes, o incômodo se irradia para as pernas com ou sem dormência.
“Os homens são mais afetados do que as mulheres. Metade dos pacientes se beneficia com recuperação total em duas semanas e 90% dos casos apresentam remissão em seis semanas após o tratamento”, informa o ortopedista Maurício Póvoa Barbosa, médico do esporte graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
Problema socioeconômico
O distúrbio só perde para a dor de cabeça entre os mais comuns e é uma das grandes causas de morbidade e incapacidade funcional. O Ministério da Previdência Social o considera um dos que mais gera licenças trabalhistas com duração superior a 15 dias, sendo que o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) o aponta como grande motivador de aposentadoria por invalidez no país.
Saiba mais
Entre janeiro e novembro de 2012, por exemplo, mais de 116 mil pessoas receberam auxílio-doença por esse motivo. “Estudos nacionais confirmam o que se observa em outros países: é uma das disfunções campeãs na procura por serviços médicos e afastamento do trabalho, sendo que pode se tornar crônica se não for tratada adequadamente”, adverte o neurocirurgião Alexandre Walter de Campos, especialista em terapia de dor da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
A dor aguda ou crônica nas costas afeta a região lombar, uma área vital da coluna vertebral, responsável por dar apoio estrutural – sustentando grande parte do peso do indivíduo – e flexibilidade ao corpo. Ela é constituída por cinco vértebras maiores, intercaladas por discos intervertebrais ou de fibrocartilagem, cujas funções são impedir que as vértebras se encostem umas nas outras e proteger a medula espinhal.
A falta de condicionamento físico, consequência das facilidades da vida moderna, provoca fraqueza muscular e má postura, causas mais comuns da lombalgia. “O sedentarismo ou, paradoxalmente, o ritmo intenso de atividades pode detonar a dor. Idem para o estresse emocional, responsável pela tensão muscular”, explica o ortopedista Marco Antonio Ambrósio, especializado em ortopedia e traumatologia pelo Instituto de Ortopedia Clínica da USP e médico do esporte do Hospital Samaritano.
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