Topo

Esse conteúdo é antigo

Política não foi motivo para Witzel evitar lockdown no RJ, diz secretário

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), delegou aos prefeitos a decisão sobre implantar lockdown - Jorge Hely/Framephoto/Estadão Conteúdo
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), delegou aos prefeitos a decisão sobre implantar lockdown Imagem: Jorge Hely/Framephoto/Estadão Conteúdo

Igor Mello

Do UOL, no Rio

12/05/2020 20h04

Depois de o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), delegar aos prefeitos a decisão de decretar lockdown para combater o novo coronavírus, o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, negou que a decisão vise evitar um desgaste político.

Witzel vem sendo um dos principais alvos de ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seus apoiadores, que pregam contra as medidas de isolamento social. Apesar de o grupo de especialistas que assessora o estado no enfrentamento da pandemia ter recomendado o bloqueio total —conhecido como lockdown no jargão técnico, Witzel tem se esquivado de adotar a medida. Outras instituições, como a Fiocruz e diversas universidades, já defenderam a medida.

Edmar Santos negou que haja cálculo político na decisão de Witzel. "Nunca houve essa colocação sobre desgaste político. A gente fez isolamento por decreto quando nenhum estado tinha feito. O governador teve essa firmeza, então não há nele esse medo de desgaste", disse após ser questionado pelo UOL.

O secretário defendeu a decisão de Witzel, que delegou aos prefeitos a decisão de adotar medidas mais rígidas de restrição de circulação — o que já foi feito por Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana.

"Não é empurrar o problema para os prefeitos. É que existem determinados espaços que são de atribuição dos prefeitos. Não é atribuição do governador [decidir sobre] a praça ou a praia de uma cidade. Isso é atribuição dos prefeitos", afirmou.

Apesar do argumento, governadores já determinaram bloqueio total em cidades para conter o avanço do coronavírus. Foi o caso de Helder Barbalho, do Pará, e Camilo Santana, do Ceará.

Santos avaliou que o conjunto de medidas adotadas pelo Rio são "absolutamente adequadas", mas admitiu que é preciso aumentar o isolamento.

"É importante a gente conseguir uma redução de mobilidade de pelo menos 70%. E que só circulem nas ruas e no transporte pessoas que trabalham em atividades essenciais", disse.