'É um crime me chamar de genocida', diz Bolsonaro sobre mortes por covid
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que considera "um crime" ser chamado de genocida devido à situação da pandemia de coronavírus no Brasil.
"Me chamar de genocida, isso é um crime. Você falar em tratamento precoce hoje não pode, isso é crime. Não pode falar de cloroquina, ivermectina, eu tomei, me curei. Eles não causam efeitos colaterais, então por que não experimentar? Temos menos morte que muitos países de primeiro mundo. Então o tratamento precoce funciona. E também fé em Deus, que isso eu tenho. Tomei uma facada e estou vivo", disse Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil na chegada ao Palácio da Alvorada, em Brasília.
Parlamentares da oposição e críticos do governo Bolsonaro vem usando o termo para criticar a forma como o presidente vem conduzindo o combate à pandemia.
O usos dos medicamentos citados por ele na entrevista não tem eficácia comprovada no tratamento contra o novo coronavírus, assim como não há tratamento precoce, segundo recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), contra a covid-19.
O presidente também voltou a criticar o lockdown adotado por prefeitos e governadores do País, especialmente o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que hoje impôs toque de recolher na região com multas de até R$ 2.000 para quem descumprir as regras.
"Eu não adotaria a política do lockdown. Não deu certo no ano passado e seria um desastre para o Brasil. Evitamos problemas sociais gravíssimos com essa medida social (auxílio emergencial) no ano passado. A proposta agora são quatro meses de um auxílio médio de R$ 250. Nossa capacidade de ajuda está no limite. Isso não é bom para ninguém. Lamento o fechamento indiscriminado como em Brasília, com toque de recolher. Isso é inadmissível. O lockdown deixa mais pobre quem já é pobre. Então crítico sim o governador (Ibaneis), porque sou cidadão e moro em Brasília", disse Bolsonaro.
O toque de recolher no Distrito Federal começara a valer hoje e vai até o dia 22 de março, das 22 horas às 5 horas.
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