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Pasternak sobre cepa indiana em SP: 'Quem esperava diferente?'

Do UOL, em São Paulo

26/05/2021 10h46Atualizada em 26/05/2021 11h50

A variante indiana do novo coronavírus já circula por São Paulo, confirmou o Instituto Adolfo Lutz da Secretaria da Saúde de São Paulo. A microbiologista Natália Pasternak disse hoje que a notícia não é surpresa, visto que, passado mais de 1 ano da pandemia, "o Brasil não consegue fazer prevenção".

"Quem esperava diferente? Alguém tinha dúvida de que a variante indiana já estava aqui? O que mais me preocupa no Brasil é que mais de 1 ano e meio do início da pandemia, o Brasil ainda não consegue fazer prevenção", disse a especialista no UOL Debate, após a confirmação.

Ela ainda afirmou que medidas devem ser tomadas antes de as cepas se espalharem, e não depois, e que única forma de conter as variantes em um mundo globalizado é implementando barreiras sanitárias.

Você não contém variantes num mundo globalizado se você não fizer barreiras específicas nos portos, aeroportos. E, mesmo assim, você não vai conter totalmente, precisa colocar filtros. As barreiras sanitárias, assim como as vacinas, medidas de prevenção, nenhuma dessas medidas em si é perfeita. Elas funcionam em conjunto.
Natália Pasternak

O UOL Debate, apresentado por Fabíola Cidral, discutiu as novas cepas do vírus e o impacto da terceira onda de covid-19 com a pneumologista Margareth Dalcolmo, do infectologista Renato Kfouri e Pasternak.

O caso identificado em São Paulo é de um brasileiro que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos na sexta (22). Ele tem 32 anos e mora em Campos dos Goytacazes do Rio de Janeiro. Dalcolmo viu o caso como "paradigmático". "Esse moço desembarcou e fez uma coleta de teste em São Paulo, no aeroporto. E por que o deixaram embarcar?", questionou a pneumologista.

"Ele pegou um avião para o Rio de Janeiro, um avião lotado, porque os aviões estão lotados porque tem menos voo. Ele chegou aqui, pegou um carro, foi para Campos, de Campos ele voltou para o Rio e agora está em um hotel no Rio. Com quantas pessoas esse rapaz teve contato? Por que esse moço não ficou retido no aeroporto de Guarulhos, aguardando o resultado do teste dele?", disse a especialista.

Até hoje, a cepa indiana havia sido identificada apenas no estado do Maranhão. Os contaminados foram seis tripulantes do navio Shandong da Zhi, que veio da África do Sul e foi fretado pela Vale para entregar minério de ferro em São Luís.

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