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PF cumpre 60 mandados de prisão em operação contra desvios na Saúde do Pará

Polícia Federal cumpre mandados na Operação Reditus, que investiga supostos desvos de recursos na Saúde do Pará - Divulgação/Polícia Federal
Polícia Federal cumpre mandados na Operação Reditus, que investiga supostos desvos de recursos na Saúde do Pará Imagem: Divulgação/Polícia Federal

Do UOL, em São Paulo

18/08/2021 08h07Atualizada em 18/08/2021 08h11

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje a Operação Reditus, segunda fase da Operação SOS. A ação tem o objetivo de combater o suposto desvio de recursos públicos na área da Saúde por meio da contratação de organizações sociais para gestão de hospitais públicos no Pará.

Cerca de 400 policiais federais, além de servidores da Receita Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União), cumprem 95 mandados de busca e apreensão, 54 de prisão temporária e seis de prisão preventiva, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal. Os mandados são cumpridos nos estados do Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Amazonas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso.

A operação busca esclarecer fatos relacionados aos crimes de organização criminosa e lavagem de capitais apontados no decorrer das apurações.

Os contratos investigados ultrapassam R$ 1,2 bilhão e envolvem quatro organizações sociais, cinco hospitais regionais e quatro hospitais de campanha montados para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, informou a PF.

De acordo com as investigações, o governo estadual efetuava repasses de verba às Organizações Sociais, que subcontratavam outras empresas para prestarem serviços nas unidades de saúde geridas pelo grupo criminoso, prática conhecida como "quarteirização".

Depois disso, os serviços subcontratados eram superfaturados ou sequer eram prestados, permitindo que a verba que deveria ser destinada à compra de bens ou serviços retornasse para os integrantes da organização criminosa por meio de um complexo esquema de lavagem de dinheiro.

Além dos mandados de busca e apreensão e prisão, foi determinada a suspensão das atividades de duas empresas utilizadas para lavagem de capitais, o sequestro de bens móveis e imóveis pertencentes ao principal operador financeiro do esquema, avaliados em mais de R$ 150 milhões.

Também foi determinado bloqueio de valores presentes nas contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas investigadas que, somados podem alcançar mais de R$ 800 milhões.

O nome da operação faz menção à palavra em latim "reditus", que significa "regresso", "volta" ou "retorno". Na investigação, apurou-se que os integrantes do grupo criminoso costumavam chamar os valores desviados de "volta".