Topo

Trem de Santiago de Compostela descarrilou a 179 km/h

Em Madri

02/08/2013 10h43

O trem que descarrilou em Santiago de Compostela estava a 179 km/h no momento do acidente e, quatro segundo mais tarde, quando já havia saído dos trilhos, reduziu sua velocidade para 153 km/h, indicou nesta sexta-feira o Tribunal Superior de Justiça da Galícia, segundo dados obtidos da caixa preta da composição.

O maquinista do trem acidentado em 24 de julho, que estava falando ao telefone, largou o aparelho 11 segundos antes do descarrilamento, que aconteceu exatamente às 20h41 e 6 segundos, provocando a morte de 79 pessoas, de acordo com as fontes judiciais.

Por outro lado, a pessoa com quem o maquinista conversava por telefone na hora do acidente, o controlador de trajeto Antonio Martín Marugá, afirmou não se considerar culpado por ter ligado para o condutor minutos antes da tragédia.

"Em nenhum momento me senti culpado", declarou também ante a imprensa.

No dia 24 de julho, a composição, com mais de 200 pessoas a bordo, descarrilou a 4 km de sua chegada à estação de Santiago, em um trecho em que a linha, de alta velocidade, passava a uma via convencional, com uma velocidade limitada a 80 km/h ao aproximar-se da cidade.

"No momento em que saiu dos trilhos, o trem circulava a 153 km/h", em uma zona em que o limite é de 80 km/h, informou o Tribunal Superior de Justiça da Galícia.

O maquinista Francisco José Garzón Amo, um experiente profissional de 52 anos, foi indiciado por homicídio por imprudência porque falava ao telefone no momento do acidente.

Os dados extraídos das caixas pretas confirmaram a distração do maquinista

"Pelo áudio armazenado nas caixas pretas foi possível saber que o maquinista estava falando ao telefone com o pessoal da Renfe (companhia ferroviária espanhola), aparentemente com um controlador, no momento do acidente", explicou o tribunal.

O acidente aconteceu numa linha de alta velocidade também utilizada por trens convencionais, mas que não está equipada com um sistema de freagem automática em caso de excesso de velocidade.

Onde aconteceu a tragédia, o trem deixa uma longa reta de mais de 80 km a uma velocidade máxima de 220 km/h para entrar nesta curva perigosa, com velocidade limitada a 80 km/h.