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Mergulhador morre durante operação em balsa que naufragou na Coreia do Sul

Em Seul

06/05/2014 06h24

Um mergulhador morreu nesta terça-feira (6) durante os trabalhos na balsa sul-coreana que naufragou em 16 de abril e deixou mais de 300 vítimas fatais, uma tragédia provocada por um acúmulo de negligências, segundo os primeiros elementos da investigação.

O homem, de 53 anos, começou a respirar com dificuldade a 25 metros de profundidade, segundo a Guarda Costeira. Ele perdeu a consciência e foi retirado da água, mas faleceu pouco depois no hospital.

Mais de dez mergulhadores que participam na missão de recuperação de corpos na balsa "Sewol", a 40 metros de profundidade, sofreram acidentes de descompressão.

A embarcação, de 6.825 toneladas, naufragou com 476 pessoas a bordo, incluindo 325 alunos de uma escola secundária, perto da costa meridional da Coreia do Sul. O balanço atual é de 263 mortos e 39 desaparecidos.

A presidente Park Geun-hye denunciou nesta terça-feira "as condutas irresponsáveis" que, segundo ela, provocaram o acidente.

"A ânsia do lucro prevaleceu sobre as regras de segurança e estas condutas irresponsáveis provocaram a perda de vidas valiosas", declarou, antes de prometer "punições severas" para os culpados.

Os 15 tripulantes sobreviventes foram detidos por terem abandonado a balsa, apesar da presença de centenas de passageiros na balsa.

Os promotores responsáveis pela investigação também prenderam três executivos da empresa Chonghaejin Marine Co, que terão que responder pelo excesso de carga do barco. Isto poderia explicar a virada repentina da balsa.

Segundo a agência de notícias Yonhap, que cita fontes ligadas à investigação, a balsa transportava 580 toneladas de lastro, apenas 40% do que determina a lei, para poder transportar mais carga.

O equilíbrio da balsa também foi prejudicado com o acréscimo ilegal de cabines.

Os investigadores também estabeleceram que a tripulação aguardou 40 minutos antes de alertar os passageiros sobre o risco de naufrágio.

E de acordo com o jornal "Hankyoreh Shinmun", os procedimentos de controle das regras de segurança marítimas continuaram insuficientes depois do naufrágio de uma balsa sobrecarregada em 1993, tragédia que matou 292 pessoas.