Cadáveres despedaçados nas ruas do leste de Aleppo
Alepo, Síria, 1 dez 2016 (AFP) - Há até pouco tempo, os habitantes dos bairros rebeldes de Aleppo morriam em casa, atingidos pelas bombas do regime sírio. Agora, com o avanço do exército, corpos de homens, mulheres e crianças jazem nas ruas, esquartejados.
Nos bairros do leste de Aleppo em poder dos insurgentes, a chuva de disparos de artilharia chega repentinamente, atingindo civis, que não têm tempo de se esconder, e destruindo seus corpos.
"É uma verdadeira chuva de morteiros", afirma o correspondente da AFP.
Na quarta-feira, diante de seus olhos, um morteiro explodiu em uma rua. Uma menina que caminhava a alguns metros dele desabou, com uma mão arrancada e a cabeça atingida por destroços.
Os capacetes brancos, estes socorristas que se tornaram símbolo do drama humanitário no leste de Aleppo, não estavam ali para salvá-la. Não têm ambulâncias. As bombas as destruíram ou não têm combustível para usá-las.
- 'Os morteiros não param' -Jovens de moto levaram a menina. Mona tinha 10 anos. Morreu como consequência dos ferimentos, contou sua família à AFP.
Duas semanas após o início da campanha de bombardeios para reconquistar a totalidade de Aleppo, o regime controla quase 40% do território rebelde cercado há meses. E seu exército submete os setores nas mãos dos insurgentes a bombardeios de artilharia de uma "intensidade incrível", explica o jornalista da AFP.
Até então os habitantes podiam se refugiar quando observavam a aproximação de um helicóptero no céu para evitar os barris repletos de explosivos que eles lançam. Atualmente os disparos incessantes de artilharia acabam com eles em plena rua. Não têm tempo de se esconder.
Nos últimos dias, o jornalista viu vários cadáveres nas ruas destruídas pelos bombardeios.
Os civis destes bairros bombardeados, sobretudo em Shaar, não conseguem nem mesmo fugir às zonas sob o controle do regime..
"Os morteiros não param, é impossível passar a Sajur", gritaram alguns ao jornalista, com as malas feitas. Referem-se ao bairro rebelde reconquistado recentemente pelo exército.
Em um vídeo divulgado na quarta-feira pelo Aleppo Media Center, é possível ver cadáveres ensanguentados, corpos despedaçados e sapatos em uma rua, em meio a um mar de sangue.
Um corpo estava partido em dois. Ouviam-se gritos de crianças.
- 'Injustiça' -Um adolescente chora ao lado de dois corpos. Um deles é o de sua mãe.
"A artilharia atingiu uma primeira vez, corremos e vi minha mãe morta", declara antes de começar a chorar.
Ele, sua mãe e seu pai se encaminhavam com um grupo de pessoas a uma zona controlada pelo regime.
"Vamos embora por causa da injustiça, dos bombardeios aéreos, da falta de comida", explica seu pai, desolado pela morte da esposa.
Pai e filho envolvem os corpos com um sudário de plástico laranja fornecido pelos socorristas.
Mais de 50.000 habitantes afetados pelos combates e bombardeios deixaram os bairros rebeldes desde o último fim de semana, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Desde o início da ofensiva do regime, em 15 de novembro, mais de 300 civis, entre eles 33 crianças, morreram no leste de Aleppo, segundo esta fonte, que contabiliza os mortos identificados.
kar/ram-mjg/vl/erl/app/ma
Nos bairros do leste de Aleppo em poder dos insurgentes, a chuva de disparos de artilharia chega repentinamente, atingindo civis, que não têm tempo de se esconder, e destruindo seus corpos.
"É uma verdadeira chuva de morteiros", afirma o correspondente da AFP.
Na quarta-feira, diante de seus olhos, um morteiro explodiu em uma rua. Uma menina que caminhava a alguns metros dele desabou, com uma mão arrancada e a cabeça atingida por destroços.
Os capacetes brancos, estes socorristas que se tornaram símbolo do drama humanitário no leste de Aleppo, não estavam ali para salvá-la. Não têm ambulâncias. As bombas as destruíram ou não têm combustível para usá-las.
- 'Os morteiros não param' -Jovens de moto levaram a menina. Mona tinha 10 anos. Morreu como consequência dos ferimentos, contou sua família à AFP.
Duas semanas após o início da campanha de bombardeios para reconquistar a totalidade de Aleppo, o regime controla quase 40% do território rebelde cercado há meses. E seu exército submete os setores nas mãos dos insurgentes a bombardeios de artilharia de uma "intensidade incrível", explica o jornalista da AFP.
Até então os habitantes podiam se refugiar quando observavam a aproximação de um helicóptero no céu para evitar os barris repletos de explosivos que eles lançam. Atualmente os disparos incessantes de artilharia acabam com eles em plena rua. Não têm tempo de se esconder.
Nos últimos dias, o jornalista viu vários cadáveres nas ruas destruídas pelos bombardeios.
Os civis destes bairros bombardeados, sobretudo em Shaar, não conseguem nem mesmo fugir às zonas sob o controle do regime..
"Os morteiros não param, é impossível passar a Sajur", gritaram alguns ao jornalista, com as malas feitas. Referem-se ao bairro rebelde reconquistado recentemente pelo exército.
Em um vídeo divulgado na quarta-feira pelo Aleppo Media Center, é possível ver cadáveres ensanguentados, corpos despedaçados e sapatos em uma rua, em meio a um mar de sangue.
Um corpo estava partido em dois. Ouviam-se gritos de crianças.
- 'Injustiça' -Um adolescente chora ao lado de dois corpos. Um deles é o de sua mãe.
"A artilharia atingiu uma primeira vez, corremos e vi minha mãe morta", declara antes de começar a chorar.
Ele, sua mãe e seu pai se encaminhavam com um grupo de pessoas a uma zona controlada pelo regime.
"Vamos embora por causa da injustiça, dos bombardeios aéreos, da falta de comida", explica seu pai, desolado pela morte da esposa.
Pai e filho envolvem os corpos com um sudário de plástico laranja fornecido pelos socorristas.
Mais de 50.000 habitantes afetados pelos combates e bombardeios deixaram os bairros rebeldes desde o último fim de semana, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Desde o início da ofensiva do regime, em 15 de novembro, mais de 300 civis, entre eles 33 crianças, morreram no leste de Aleppo, segundo esta fonte, que contabiliza os mortos identificados.
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