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Ex-procuradora venezuelana chega ao Brasil depois de Maduro pedir sua prisão

Luisa Ortega chega ao aeroporto de Brasília, vinda da Colômbia, onde está exilada - Pedro Ladeira/Folhapress
Luisa Ortega chega ao aeroporto de Brasília, vinda da Colômbia, onde está exilada Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Em Brasília

23/08/2017 01h21

A ex-procuradora venezuelana Luisa Ortega chegou na madrugada desta quarta-feira (23) a Brasília. Ela veio da Colômbia para participar de um encontro de procuradores do Mercosul, horas depois de o presidente Nicolás Maduro ter anunciado que pediu à Interpol sua ordem de prisão internacional.

Ortega falou rapidamente com jornalistas em sua chegada ao aeroporto de Brasília, depois de ter fugido na última sexta-feira (18) para Bogotá, driblando a proibição, pelo Supremo Tribunal de Justiça, de deixar o território venezuelano.

"Sim, vou falar da Odebrecht, do caso de corrupção na Venezuela e da minha situação", disse a ex-procuradora, que afirma ter provas de supostos pagamentos ilegais da Odebrecht a integrantes do governo venezuelano, incluindo Maduro.

Ortega acusou ainda Maduro de destituí-la do cargo para acabar com as investigações sobre os pagamentos de suborno.

A ex-procuradora foi destituída no último dia 5 de agosto pela Assembleia Constituinte, que a acusou de ter cometido "atos imorais". Ela disse também que diversos procuradores deixaram a Venezuela por temer por suas vidas.

Após o Departamento de Justiça dos EUA revelar no final do ano passado que a empreiteira brasileira pagou cerca de US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e África, o Parlamento venezuelano aprovou em fevereiro a abertura de uma investigação sobre o caso.

No comando do Ministério Público, Ortega era responsável pelo inquérito. Segundo declaração do ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht, atualmente preso, a empreiteira pagou subornos na Venezuela que chegaram a US$ 98 milhões, ficando atrás apenas do Brasil.