Por 'crime ambiental', prefeito no ES ameaça bloquear estrada de ferro da Vale
O prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros (PCdoB), está ameaçando colocar máquinas da administração municipal sobre a ferrovia da Vale, que corta o município do noroeste capixaba. A cidade deve ser atingida neste fim de semana pela lama de rejeitos proveniente das barragens de Mariana (MG) e Barros quer providências da Vale, uma das donas da Samarco.
Em mensagem pelo Facebook, o prefeito detalhou o plano.
"Comunicamos à Vale e a sociedade que a prefeitura colocará suas máquinas sobre os trilhos da estrada de ferro Vitória a Minas e paralisará o transporte de minério de ferro", escreveu. Barros diz que a situação visa expor e responsabilizar a empresa pelo "crime ambiental".
A cidade com cerca de 30 mil habitantes vive a expectativa da chegada da onda que flui no Rio Doce, cuja água garante o abastecimento da população. O prefeito pede providências contra a empresa. "Está claro que não havia nenhum plano de contenção ou prevenção de desastres. Presenciamos atônitos a um crime ambiental sem precedentes. Não poderá mais haver mineração nessa região", declarou.
Na tarde desta quinta-feira (12), moradores do município mineiro de Governador Valadares, a cerca de 170 quilômetros de distância de Baixo Guandu, realizaram um protesto e ocuparam a via férrea da Vale por quatro horas e meia. A empresa teve pedido de liminar aceito na Justiça para forçar a desobstrução do local, que acabou desocupado pacificamente.
Além de transporte de minérios, a ferrovia funciona também com vagões de passageiros. Segundo a Vale, as viagens entre Cariacica, na região metropolitana de Vitória, a Belo Horizonte levam um milhão de passageiros por ano no trajeto de 664 km. A viagem por todo o trecho tem tempo estimado em 13 horas.
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