Governo do Amazonas diz ter identificado 8 lideranças da Família do Norte
O governo do Amazonas informou nesta quarta-feira (4) que identificou e pedirá a transferência de oito lideranças da facção criminosa Família do Norte (FDN) para presídios federais. A solicitação será encaminhada ao Ministério da Justiça, que analisará o pedido. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Os suspeitos seriam responsáveis por comandar a rebelião que resultou em 60 mortes no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), em Manaus.
Apontada como responsável pelo massacre, a FDN abriga 98% da população carcerária do Estado, segundo o Serviço de Inteligência da polícia do Amazonas, e é aliada do Comando Vermelho (CV).
Após o massacre, o governo do Amazonas decidiu reativar uma cadeia para transferir e manter em segurança detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), organização rival do CV. Os detentos ligados à facção paulista estão recebendo ameaças.
Guerra entre facções
Segundo autoridades que investigam o crime organizado, a medida apenas encerra um capítulo da guerra declarada entre o PCC e o CV. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, berços desses grupos, respectivamente, a atenção sobre os líderes dentro das cadeias foi redobrada, para evitar represálias pelo país.
A guerra entre o PCC e o CV se intensificou em junho, depois do assassinato do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, de 56 anos.
O "rei do tráfico", como era conhecido, sofreu uma emboscada na fronteira com o Paraguai e o atentado é atribuído a integrantes do PCC. Segundo investigações do Ministério Público Estadual (MPE), o PCC então não dividiu o domínio do tráfico, o que motivou o racha com o CV.
Na sequência, chegaram a 18 os presos mortos em rebeliões em presídios de Boa Vista (Roraima) e Porto Velho (Rondônia), em outubro. Depois, o sistema prisional do Rio teve de transferir integrantes do PCC para presídios ocupados por inimigos do CV.
Em São Paulo, o Primeiro Comando chegou a fazer um levantamento de quantos presos de facções de outros Estados estão no sistema para uma eventual represália.
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