Autoridades confirmam que mafioso está enterrado em igreja de papas
As autoridades italianas abriram hoje (14) uma sepultura na Basílica de Santo Apolinário, em Roma, e confirmaram, por meio de um exame de impressões digitais, que nela estava enterrado o mafioso Enrico De Pedis.
A caixa contendo seus restos mortais estava perto do caixão de De Pedis, e não dentro dela, como havia sido divulgado inicialmente. Esses ossos e outros encontrados no mesmo local serão analisados.
De Pedis era líder do grupo criminoso da Magliana e acredita-se que ele está vinculado ao desaparecimento de Emanuela Orlandi, filha de um mensageiro do Vaticano, de quem não se tem notícias desde 22 de junho de 1983.
A advogada da família Orlandi, Nicoletta Piergentili, disse que o ossuário anexo à igreja de Santo Apolinário também será inspecionado e examinado para verificar a hipótese de que a garota tenha sido enterrada junto com o mafioso.
"Não tinha dúvidas que Emanuela Orlandi não estava no caixão", comentou seu irmão Pedro. "Finalmente será possível colocar um ponto final nesta pista, uma das muitas que se seguiram ao longo dos anos. É apenas um passo a mais para as investigações e esperamos que tudo seja esclarecido", acrescentou.
A decisão do Ministério Público de reabrir o túmulo veio após um telefonema ao programa de TV "Chi l'ha visto" ("Quem o viu", na tradução literal do italiano) de 2005, que informava sobre o enterro do mafioso na basília romana, e após o testemunho da ex-namorada de "Renatino" De Pedis, Sabrina Minardi, que revelou que teria sido ele quem sequestrara Emanuela.
A polícia também fará investigações na cripta onde o caixão estava enterrado. O loca, porém, ficará vazio com a remoção do caixão de De Pedis, que será levado para o cemitério romano Prima Porta depois de concluídos os exames.
A Basílica de Santo Apolinário é reservada para o enterro de papas e cardeais. Um informante da Santa Sé disse, recentemente, que o Vaticano teria recebido uma doação da viúva do mafioso, em troca de seu enterro na igreja romana. As autoridades vaticanas ainda não comentaram a acusação.
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