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Candidato a primeiro-ministro italiano se demite por escândalo

O presidente do partido Fazer para Interromper o Declínio, Oscar Giannino - Gabriel Bouys/AFP
O presidente do partido Fazer para Interromper o Declínio, Oscar Giannino Imagem: Gabriel Bouys/AFP

Em Roma

20/02/2013 14h41

O candidato a primeiro-ministro italiano e presidente do partido "Fazer para interromper o declínio", Oscar Giannino, apresentou sua demissão após um escândalo envolvendo sua formação superior.

A razão da demissão foi a descoberta de que Giannino não tinha diploma de ensino superior, nem mestrado, ao contrário do que ele mesmo declarou durante as campanhas eleitorais italianas.

O escândalo que envolveu Giannino, um dos fundadores do novo movimento político de inspiração liberal e que vinha crescendo nas pesquisas de voto, começou na segunda-feira, quando um outro fundador do "Fazer", o economista Luigi Zingales, professor da Faculdade de Cconomia da Universisade de Chicago, escreveu uma longa mensagem no Facebook na qual denunciava a falta de títulos acadêmicos de Giannino e apresentava sua demissão do partido.


Giannino, jornalista econômico muito conhecido na Itália, declarou em várias entrevistas concedidas durante a campanha eleitoral ser formado em Economia e Direito e ter mestrado na Universidade de Chicago. Zingales, por sua vez, disse ter descoberto "por acaso" a falsidade dos títulos acadêmicos.

Hoje foi convocada uma reunião do comitê central do partido, durante a qual Giannino apresentou suas demissões como presidente.

"É uma regra clara: quem erra, paga. Deve valer na política, com o dinheiro público, e eu começo do particular", escreveu Giannino no Twitter, anunciando a decisão de se demitir.

A cúpula do partido decidiu nomear a advogada Silvia Enrico como novo presidente de "Fare".

É a primeira vez na historia da Itália que um candidato a primeiro-ministro apresenta as demissões a poucos dias das eleições gerais, que irão acontecer nos dias 24 e 25 de fevereiro.

O partido "Fazer para interromper o declino", foi fundado em dezembro de 2012 e estava conquistando sempre mais consenso, sobretudo na classe média italiana. A formação chegou a ser fonte de preocupação para o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que atacou Giannino várias vezes durante a campanha eleitoral, alegando que os votos ao "Fazer" eram "inúteis".