Corrida de F1 é realizada no Bahrein apesar de polêmicas
O polêmico GP de Fórmula 1 do Bahrein foi realizado neste domingo, apesar de protestos antigoverno e críticas de que a realização da prova sinalizaria complacência com o regime bareinita.
Um forte esquema de segurança manteve os protestos longe das pistas de corrida, enquanto no leste da capital bareinita, Manama, manifestantes montavam barreiras e queimavam pneus.
O GP do Bahrein havia sido cancelado em 2011, por causa da repressão do país a manifestantes da Primavera Árabe - especificamente, depois de um episódio que deixou 35 mortos. Críticos do regime bareinita pediam um novo cancelamento neste ano, alegando que a realização da prova simbolizaria uma legitização internacional do governo do rei Hamad Al Khalifa, cujo clã sunita governa a ilha há mais de 200 anos.
Mas os organizadores da Fórmula 1 alegaram que não havia motivos para suspender a realização da prova. A corrida foi vencida pelo alemão Sebastian Vettel, e os brasileiros Felipe Massa e Bruno Senna ficaram, respectivamente, em 9º e 22º.
Os dias antes do Grande Prêmio foram marcados por fortes protestos no Bahrein, em geral por parte da população xiita que, apesar de majoritária, se diz marginalizada no país.
Na sexta-feira, violentos protestos culminaram em uma morte, que o governo prometeu investigar. E as manifestações continuaram ao longo do sábado e do domingo.
Testemunhas dizem que o governo montou postos de checagem perto do circuito do GP e destacou policiais armados para patrulhar ruas dos arredores.
Reformas
O Bahrein é um dos países do Oriente Médio a registrar levantes relacionados à Primavera Árabe.
Ao longo dos últimos anos, o país vinha implementado mais garantias de liberdade de expressão, e monitores apontavam melhoras na situação de direitos humanos. Porém, em meio aos protestos do mundo árabe em 2011, o governo bareinita pediu ajuda a militares sauditas para sufocar as manifestações, que pediam mais benefícios à maioria xiita.
Em meio a pedidos por mais abertura, o rei Hamad Al Khalifa disse, neste sábado, estar "comprometido" com reformas no reino.
"Quero deixar claro meu compromisso pessoal com reformas e com a conciliação. A porta está sempre aberta ao diálogo", afirmou em comunicado, pouco depois de a polícia bareinita ter dispersado uma multidão de manifestantes que foi às ruas do país no sábado.
O governo estava ávido por manter a corrida de F1 deste ano com o objetivo de provar que os levantes no país - em curso há 14 meses, ainda que em menor intensidade que na Síria - estão sob controle.
No entanto, explica a correspondente da BBC no local, Caroline Hawley, é possível que o resultado tenha sido justamente o contrário: a polêmica envolvendo o evento esportivo acabou lançando ainda mais luz sobre os problemas políticos do pequeno país do golfo Pérsico.
Um forte esquema de segurança manteve os protestos longe das pistas de corrida, enquanto no leste da capital bareinita, Manama, manifestantes montavam barreiras e queimavam pneus.
O GP do Bahrein havia sido cancelado em 2011, por causa da repressão do país a manifestantes da Primavera Árabe - especificamente, depois de um episódio que deixou 35 mortos. Críticos do regime bareinita pediam um novo cancelamento neste ano, alegando que a realização da prova simbolizaria uma legitização internacional do governo do rei Hamad Al Khalifa, cujo clã sunita governa a ilha há mais de 200 anos.
Mas os organizadores da Fórmula 1 alegaram que não havia motivos para suspender a realização da prova. A corrida foi vencida pelo alemão Sebastian Vettel, e os brasileiros Felipe Massa e Bruno Senna ficaram, respectivamente, em 9º e 22º.
Os dias antes do Grande Prêmio foram marcados por fortes protestos no Bahrein, em geral por parte da população xiita que, apesar de majoritária, se diz marginalizada no país.
Na sexta-feira, violentos protestos culminaram em uma morte, que o governo prometeu investigar. E as manifestações continuaram ao longo do sábado e do domingo.
Testemunhas dizem que o governo montou postos de checagem perto do circuito do GP e destacou policiais armados para patrulhar ruas dos arredores.
Reformas
O Bahrein é um dos países do Oriente Médio a registrar levantes relacionados à Primavera Árabe.
Ao longo dos últimos anos, o país vinha implementado mais garantias de liberdade de expressão, e monitores apontavam melhoras na situação de direitos humanos. Porém, em meio aos protestos do mundo árabe em 2011, o governo bareinita pediu ajuda a militares sauditas para sufocar as manifestações, que pediam mais benefícios à maioria xiita.
Em meio a pedidos por mais abertura, o rei Hamad Al Khalifa disse, neste sábado, estar "comprometido" com reformas no reino.
"Quero deixar claro meu compromisso pessoal com reformas e com a conciliação. A porta está sempre aberta ao diálogo", afirmou em comunicado, pouco depois de a polícia bareinita ter dispersado uma multidão de manifestantes que foi às ruas do país no sábado.
O governo estava ávido por manter a corrida de F1 deste ano com o objetivo de provar que os levantes no país - em curso há 14 meses, ainda que em menor intensidade que na Síria - estão sob controle.
No entanto, explica a correspondente da BBC no local, Caroline Hawley, é possível que o resultado tenha sido justamente o contrário: a polêmica envolvendo o evento esportivo acabou lançando ainda mais luz sobre os problemas políticos do pequeno país do golfo Pérsico.
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