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Polícia trabalha com 4 hipóteses de 'ação humana' em voo desaparecido

11/03/2014 06h15

Autoridades da Malásia informaram nesta terça-feira (11) que estão trabalhando com quatro hipóteses de envolvimento de ação humana para o desaparecimento do avião da Malaysia Airlines, cuja localização é desconhecida desde o último sábado (8). 

Segundo o chefe de polícia Khalid Abu Bakar, as linhas de investigação são sequestro, sabotagem, problemas psicológicos e problemas pessoais de passageiros ou de membros da tripulação.

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Entenda o 'mistério' em 5 links

A polícia da Malásia e a Interpol descobriram que os dois homens que viajaram com passaportes roubados eram iranianos, sem qualquer ligação aparente com grupos terroristas.

Um deles, identificado como Pouria Nour Mohammad Mehrdad, de 18 anos, provavelmente estava migrando para a Alemanha. A Interpol identificou o outro como Delavar Seyed Mohammadreza, de 29 anos.

Segundo especialistas, a presença de duas pessoas com passaportes roubados no avião revela uma brecha de segurança, mas é relativamente comum em uma região considerada como uma ponto de atração para a imigração ilegal.

Bakar disse que "não é provável que [o jovem iraniano] fosse um membro de um grupo terrorista". As autoridades estão em contato com sua mãe na Alemanha, que esperava por ele em Frankfurt, acrescentou.

Falando em Paris nesta terça-feira, o secretário-geral da Interpol, Ronald Noble contou que os dois haviam trocado seus passaportes iranianos em Kuala Lumpur pelos passaportes roubados italiano e austríaco para embarcar no avião.

A declaração das autoridades reforça um relato dado à BBC por um jovem iraniano em Kuala Lumpur que diz ser amigo de infância de um deles.

Ele diz que esteve com o amigo e o outro iraniano antes de eles embarcarem no voo da Malaysia Airlines para Pequim, e que ambos tinham a esperança de se estabelecer na Europa.

Relatórios da Tailândia sugerem que os homens compraram os dois bilhetes para viajar, em seguida, de Pequim para Amsterdã por meio de uma agência de viagens tailandesa e um intermediário iraniano.

Busca ampliada

Na segunda-feira, a área de busca por destroços do voo MH370, da Malaysia Airlines, foi ampliada. O avião partiu de Kuala Lumpur, na Malásia, rumo a Pequim, na China, na madrugada de sábado (sexta-feira do Brasil), quando sumiu dos radares do controle de tráfego aéreo.

Cerca de 40 navios e 34 aeronaves de nove países diferentes estão fazendo um pente fino a leste e oeste da Malásia.

A equipe de buscas terá centenas de quilômetros quadrados para cobrir e pouca informação para se basear - apenas a última localização conhecida do Boeing 777, que levava 239 pessoas a bordo. 

Nenhum destroço confirmado do avião foi encontrado até o momento, e testes indicam que duas manchas de óleo no Mar do Sul da China não estão relacionados à aeronave, dizem autoridades.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o chefe do Departamento de Aviação Civil malaio, Azharuddin Abdul Rahman, detalhou o andamento das buscas.

Rahman disse que há sete áreas que já passaram por uma revista aérea, incluindo Igari, uma pequena ilha próxima ao último local onde se teve notícia do avião. Ele afirmou também que navios farão buscas por eventuais destroços que não tenham sido avistados do céu.

 

Caixa-preta

Está sendo procurado também o transmissor de localização de emergência (ELT, na sigla em inglês) do MH370. Mas especialistas advertem que o dispositivo nem sempre funciona em casos de acidentes aéreos sobre regiões marítimas. 

O avião tem também uma caixa-preta, que consiste nas gravações da cabine e no registro de dados do voo. Um sonar pode ajudar na sua localização, mas não a distâncias muito longas.

A Malásia acionou 18 aeronaves e 27 navios, incluindo uma embarcação capaz de detectar objetos a mil metros de profundidade. Um grande número de policiais marítimos e membros da Força Aérea também participam da busca.

Países como China, Vietnã, EUA, Tailândia, Austrália, Cingapura, Indonésia e Filipinas contribuem com navios e equipes. A China - país de origem da maioria das pessoas a bordo do MH370 - enviou nove navios militares para a missão de resgate, um destróier e um veículo anfíbio, entre outras embarcações.

No Vietnã, estão sendo mobilizados integrantes da Marinha, Força Aérea e Guarda Costeira, informa o serviço vietnamita da BBC - ressaltando, porém, que os equipamentos usados nas buscas são antigos, da era soviética.

Longo alcance

Os EUA, por sua vez, enviaram um navio de sua Sétima Frota, que estava em treinamento no Mar do Sul da China. Helicópteros MH60 Seahawk, que conseguem operar mais de 10 horas consecutivas, têm sobrevoado o Golfo da Tailândia em busca de destroços, usando câmeras infravermelhas.

 Uma aeronave americana baseada em Okinawa, no Japão, também está na região, usando equipamentos de vigilância de longo alcance, cerca de 4 mil quilômetros quadrados, e que nesta segunda-feira (10) faria buscas no Estreito de Malaca, a oeste da Malásia.

"Do ar, conseguimos ver coisas tão pequenas como o tamanho de uma mão ou de uma bola de basquete. Então a questão não é se conseguimos ver ou não, mas sim que se trata de uma área muito ampla", disse à BBC William Marks, comandante da Sétima Frota dos EUA. 

A Austrália mandou equipamentos semelhantes à missão de busca da aeronave desaparecida, que tinha entre seus passageiros seis australianos e dois neozelandeses. O premiê australiano, Tony Abbott, disse que duas aeronaves de vigilância marítima da Força Aérea do país estão sendo empregadas na busca.

E Cingapura mandou dois navios militares, um submarino - que ajudará nas buscas dentro do mar - e um barco de resgate, bem como um helicóptero e uma aeronave.