'Gigante' da luta contra Aids e ex-jornalista da BBC estão entre as vítimas de avião abatido
Uma das mentes mais brilhantes da pesquisa sobre a Aids e um comissário que não deveria estar no voo estavam entre os que morreram quando o voo MH17 caiu no leste da Ucrânia, nesta quinta-feira (17).
Veja abaixo algumas de suas histórias:
'Gigante' da pesquisa contra a Aids
O holandês Joep Lange estava entre os mais proeminentes do grupo de cerca de cem pesquisadores e ativistas que viajavam para a 20ª Conferência da Sociedade Internacional de Aids em Melbourne, na Austrália.
Relatórios sugerem que a bordo do MH17 estavam cerca de cem cientistas, oficiais de comunicação e ativistas que iriam participar da conferência.
Lange era um dos ex-presidentes da sociedade, descrito como uma das mentes mais brilhantes da pesquisa sobre a doença.
Antes da confirmação de sua morte, a sociedade afirmou, em nota, que "o movimento realmente perdeu um gigante".
No Twitter, vários colegas prestaram homenagem a Lange. A médica Seema Yasmin se referiu a ele como um amigo que foi dedicado a suas cinco filhas e tuitou: "Pessoas como Joep mudam o curso de uma epidemia."
"Joep foi um grande cientista clínico, e um grande amigo do Wellcome Trust", disse Jeremy Farrar, diretor do grupo de pesquisa médica Wellcome Trust.
A mulher de Lange, Jacqueline van Tongeren, também estava a bordo.
Passageiro acidental
Um comissário de bordo da Malaysia Airlines trocou seu turno de trabalho e acabou voando no jato que caiu em território controlado pelos rebeldes na Ucrânia.
Foi uma triste coincidência, já que sua esposa, comissária de bordo como ele, também havia trocado de turno e estava, por isso, no avião da Malaysia que desapareceu a caminho de Kuala Lumpur no dia 8 de março, com 239 passageiros a bordo, de acordo com uma reportagem do jornal The Malaysian Insider.
Sanjid Singh vivia com a mulher e o filho de sete anos em Kuala Lumpur.
"Ele esteve aqui [em Penang] há mais ou menos um mês. Ele nos disse recentemente que trocou com um colega o voo de volta Amsterdã-Kuala Lumpur," seu pai Jijar Singh disse ao jornal.
Singh disse que seu filho deveria visitá-lo após seu retorno de Amsterdã.
"A mãe dele havia preparado todos os seus pratos favoritos", disse.
Piada no Facebook
Cor Pan brincou no Facebook sobre seu avião desaparecendo pouco antes de decolar.
O holandês estava saindo de férias com sua namorada, Neeljte Tol, e postou uma foto do avião no Facebook com a legenda:
"Se o meu voo para a Malásia desaparecer, era assim que ele era."
Seus amigos reagiram desejando-lhe boas férias, mas assim que veio a notícia da queda do avião as mensagens em sua página do Facebook começaram a demonstrar preocupação crescente, que no fim se tranformou em tristeza.
Segunda perda
Uma família australiana foi duplamente afetada pelas seguidas tragédias com aviões da Malaysia Airlines.
Kaylene Mann, uma australiana que perdeu seu irmão e sua cunhada - Rod y Mary Burrows - no acidente ocorrido há 4 meses, soube nesta sexta-feira que sua enteada, Maree Rizk, estava entre os mortos.
Seu irmão, Greg Burrows, disse que a família não podia acreditar nem aceitar seu destino: "(Kaylene) perdeu seu irmão e agora sua enteada... Estamos destruídos novamente".
Rizk, de Melbourne, voltava para casa após férias de quatro semanas na Europa. Estava com o marido, Albert, membro do comitê do Clube de Futebol Sunbury, da Austrália.
Phil Lithgow, presidente do clube, disse que ela trabalhava como voluntária na cafeteria e que um de seus filhos, James, jogava na equipe.
"Eram pessoas adoráveis, não há nada que se possa dizer de mau deles. Eram muito generosos no tempo em que dedicavam à comunidade", disse Lithgow.
Visita à mãe falecida
Yuli Hastini, John Paulisen e seus dois filhos estavam indo visitar o túmulo da mãe de Yuli.
Hastini, de 44 anos, seu marido holandês John Paulisen, de 47 anos, e seus dois filhos, o menino Arjuna, de 5 anos, e a menina Sri, de 3 anos, visitavam sua família na cidade natal dela, Solo, em Java Central, a cada dois anos, durante o feriado muçulmano do Eid.
Seu cunhado disse à BBC Indonésia que ela trabalhava para uma empresa farmacêutica na Holanda.
Ela havia ficou arrasada por não ter conseguido ir ao funeral de sua mãe no ano passado. Por isso, a família planejou a viagem para visitar o túmulo da mãe.
Ex-jornalista da BBC
Glenn Thomas, um jornalista e coordenador de relações com a mídia da OMS, estava viajando para a conferência sobre Aids na Austrália.
Glenn, de 49 anos de idade, trabalhava em Genebra e foi um dos nove britânicos que morreram no acidente.
Ele também era um ex-jornalista da BBC. Colegas e amigos prestaram homenagens no Twitter.
Peter Horrocks, diretor do Serviço Mundial da BBC, disse em um e-mail para os funcionários que Glenn era conhecido como um "indivíduo calmo, amável e totalmente profissional".
"Ele fará falta. Nossos pensamentos estão com sua família e amigos neste terrível momento".
Aeromoça persistente
A atendente de voo Nur Shazana Mohd Salleh era uma pessoa feliz e achava que este mês seria especial.
A família da aeromoça de 31 anos disse à mídia local que ela morreu fazendo o trabalho que amava.
"Ela passou por tantas entrevistas para finalmente conseguir este trabalho", o pai disse, acrescentando que ela trabalhou para a companhia pelos últimos nove anos.
Ele disse que ela era solteira e que tinha a esperança de se casar em breve, e que ela achava que este mês, de alguma forma, seria especial.
Seu tio disse que ela era a mais velha de quatro filhos e estava sempre alegre.
Professora inspiradora
A professora australiana Francesca Davison e seu marido, Liam, estavam voltando para a casa após férias na Europa.
Conhecida como Frankie, a professora de 54 anos é descrita pela diretora do colégio em que trabalhava como "uma inspiração para todos que entraram em contato com ela".
Ela ensinava literatura e humanidades em Toorak College, em Victoria, e é descrita como uma "querida amiga, generosa e amável".
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