Após protestos em escolas, estudantes querem barrar aumento de passagens em SP
Assim, pelas redes sociais, estudantes que conduziram ocupações e protestos contra o fechamento de escolas em São Paulo reagiram ao anúncio de aumento de passagens de ônibus, trens e metrô na capital.
Horas após a divulgação do reajuste (de R$ 3,50 para R$ 3,80), eles prometeram voltar às ruas "até que o aumento nas passagens seja cancelado".
"Estaremos na luta contra o aumento abusivo da tarifa e convocamos todos os estudantes de luta, da ETESP e de todas as outras escolas, a participarem dos atos", anunciou o grêmio estudantil Bertolt Brecht, da Escola Técnica Estadual de São Paulo.
A Secretaria Municipal de Transportes e a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos argumentam que o aumento de 8,57% é inferior à inflação.
"A inflação acumulada desde o último reajuste, em 6 de janeiro de 2015, foi de 10,49%, segundo o IPC-Fipe", afirmam as pastas, em nota conjunta. "No entanto, as duas secretarias decidiram, em conjunto, fixar reajuste menor que a inflação."
'Não tem arrego'
Em nota no Facebook, os estudantes da ETEC disseram que o transporte é um "dever do Estado" e que enquanto não tiverem "direito de ir e vir assegurado, gratuito e de qualidade", não sairão das ruas.
Eles querem aproveitar a visibilidade das ocupações escolares para tentar reverter mais esta decisão. "Em 2013 lutamos e conquistamos: o aumento foi revogado! Precisamos mostrar que a força que barrou o aumento da tarifa e a reorganização escolar não acabou."
Também por redes sociais, o G.A.S (Grupo Autônomo Secundarista), que se classifica como "estudantes secundaristas organizados e organizadas na luta estudantil de forma autônoma, desvinculados de organizações burocráticas", também se posicionou.
"Agora que secundarista tá organizado, se prepara pra ver trabalhador e estudante lado a lado contra a tarifa!".
Passe Livre
A BBC Brasil apurou que alguns jovens que participam das ocupações que tomaram mais de 200 escolas nos últimos dois meses também integram o Movimento Passe Livre (MPL), principal articulador das manifestações de 2013.
O grupo também se posicionou pelo Facebook, em um texto chamado "Mais um aumento de presente de ano novo".
"Só a luta muda a vida, e é bom que Haddad e Alckmin tenham vindo preparados para a briga, porque nós vamos bater de frente."
Segundo o MPL, "o busão e o metrô seguem lotados, o transporte continua servindo apenas para levar e buscar (e muito mal) do trabalho e nosso acesso à cidade e nosso direito de ir e vir continuam sendo mercadorias das mais caras."
A prefeitura e o governo do Estado afirmam que, além de reajustar tarifas abaixo da inflação, "decidiram congelar, sem qualquer reajuste, os valores atuais dos bilhetes temporais (24 horas, semanal e mensal).
"Mais da metade dos usuários do sistema de transportes (53%) não será impactada pela mudança na tarifa unitária, porque são beneficiários de gratuidades, usam bilhetes temporais que não terão aumento ou são trabalhadores que já pagam o limite legal de 6% do salário para o vale transporte", diz a nota.
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