Papa pede que crianças sejam protegidas
Bento XVI fez neste sábado (24) um apelo às famílias, à Igreja, à escola e aos governantes que "protejam e cuidem das crianças, para que nunca se apague seu sorriso, possam viver em paz e olhar para o futuro com confiança".
O sumo pontífice fez este pedido no discurso que fez para vários milhares de crianças mexicanas, com as quais se reuniu na cidade de Guanajuato, às quais disse que ocupam um lugar em seu coração, especialmente as que suportam o peso do sofrimento, do abandono, da violência e da fome.
Acompanhado por quatro crianças no balcão de onde falou, Bento XVI disse que a família, a Igreja, a escola e os governantes devem trabalhar unidos para que as crianças possam receber como herança um mundo melhor, "sem inveja nem divisões".
Depois, disse: "Vocês, meus pequenos amigos, não estão sozinhos. Contam com a ajuda de Cristo e de sua Igreja para levar um estilo de vida cristão. Participem da Missa do domingo, na catequese, em algum grupo de apostolado, buscando lugares de oração, fraternidade e caridade", afirmou com veemência.
Bento XVI condenou e deplorou em várias ocasiões os casos de abusos sexuais contra crianças por parte de clérigos pedófilos e nos ambientes familiares e sempre pediu respeito aos menores.
Sempre disse que a Igreja promove a tutela da dignidade e dos direitos dos menores, mas não duvidou em afirmar reiteradamente que "infelizmente, muitas vezes, alguns de seus membros, atuando contra esse compromisso violaram esses direitos, um comportamento que a Igreja jamais deixará de deplorar e de condenar".
O papa diz que "as duras palavras" de Jesus contra quem escandaliza os pequenos ("os que escandalizam os pequenos merecem que lhes pendurem uma pedra de moinho ao pescoço e os atirem ao mar") "obrigam a todos a não baixar, nunca, o nível desse respeito e amor".
Em seu segundo dia de estadia no México, o Sumo Pontífice foi a Guanajuato, capital do estado do mesmo nome, centro do catolicismo mexicano, onde se reuniu com o presidente, Felipe Calderón, e depois na praça da Paz, com cinco mil crianças e dezenas de milhares de adultos, aos quais dedicou o único discurso público do dia.
"Estou contente de poder encontrar e ver seus rostos alegres enchendo esta praça. Vocês ocupam um lugar muito importante no coração do papa e neste momento queria que todas as crianças do México soubessem disso, particularmente as que suportam o peso do sofrimento, do abandono, da violência e da fome", afirmou Bento XVI, que no próximo mês completa 85 anos.
Como um avô feliz rodeado de seus netos, o papa expressou sua preocupação com as crianças que passam fome devido à seca que nos últimos meses castiga várias regiões do México.
Entre cantos, vivas e outras manifestações de júbilo, o papa lhes encorajou a amar a Cristo e lhes assegurou que Deus quer que sejam felizes.
"Ele nos conhece e nos ama. Se deixamos que o amor de Cristo mude nosso coração, então nós poderemos mudar o mundo. Esse é o segredo da autêntica felicidade", ressaltou o papa, que lançando mão ao nome da praça, da paz, voltou a invocá-la de novo em um país onde a violência por causa do narcotráfico fez nos últimos cinco anos cerca de 50 mil mortos.
O papa os exortou a ser "semeadores e mensageiros" da paz pela qual Cristo deu sua vida.
Bento XVI manifestou que os cristãos não "respondem ao mal com o mal, mas são instrumentos do bem, arautos do perdão, portadores da alegria e servidores da unidade".
O papa lembrou a figura dos beatos Cristóbal, Antonio e Juan, os "Meninos mártires de Tlaxcala", indígenas assassinados por suas famílias por abraçarem o cristianismo, dos quais disse que após conhecer Jesus, no tempo da primeira evangelização do México, descobriram que "não havia tesouro maior que ele".
O papa convidou as crianças a rezar continuamente, "também em casa", assegurando-lhes que ele rezará "para que o México seja um lar no qual todos seus filhos vivam com serenidade e harmonia".
Terminado o encontro, retornou a León, onde está alojado. Neste domingo realizará uma missa no Parque do Bicentenário, aos pés da Colina do Cubilete, onde se ergue uma imagem gigante de Cristo Rei, considerada a segunda maior do mundo após o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
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