Líder muçulmano dos EUA lamenta violência causada por vídeo anti-islâmico
O líder do movimento americano Nação do Islã, Louis Farrakhan, lamentou nesta quinta-feira (20) em Havana a violência provocada no mundo muçulmano pelo vídeo produzido nos Estados Unidos que ridiculariza a figura do profeta Maomé.
Farrakhan foi recebido terça-feira (18) em Cuba pelo presidente Raúl Castro. O líder muçulmano está realizando uma viagem por países do Caribe.
Perguntado sobre a reação provocada pelo filme "Inocência dos Muçulmanos", Farrakhan disse que o vídeo errou ao representar Maomé de forma irônica. "O filme comoveu os muçulmanos de todo o mundo", afirmou.
No entanto, o líder disse que considerou "vergonhoso" que tantos muçulmanos tenham se manifestado de forma tão exaltada. Os protestos começaram em 11 de setembro e se alastraram pelo mundo islâmico.
A difusão do filme na internet provocou ataques contra missões diplomáticas dos EUA no Egito e Líbia, onde morreram o embaixador americano Chris Stevens e outras três pessoas.
Farrakhan lamentou este comportamento, que levou "a um ataque às embaixadas americanas, ao assassinato de nosso embaixador e a morte de outras três pessoas, assim como a revolta de muçulmanos que adoram nosso profeta em todos os países do mundo".
"Espero que essa tempestade se acalme e prevaleça a razão, porque esse filme não fez nada para mudar a nobreza e a personalidade do homem que fundou nossa nação e o islamismo moderno", ressaltou.
Além disso, opinou que "a pessoa que fez este filme não sabia o que estava fazendo e pensamos que nunca considerou as consequências de suas ações".
O religioso americano foi convidado pelo Comitê Central do Partido Comunista de Cuba para visitar o país.
Farrakhan é desde 1977 líder da Nação do Islã, uma organização religiosa, social e política fundada nos Estados Unidos em 1930 para incentivar a consciência dos homens e mulheres negros muçulmanos.
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