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México e Cazaquistão querem construir ponte entre Eurásia e América Latina

20/09/2014 07h11

Paula Escalada Medrano.

Cidade do México, 20 set (EFE).- Construir uma ponte entre as regiões da América Latina e da Eurásia é o principal objetivo da visita ao México do ministro das Relações Exteriores do Cazaquistão, Erlan Idrissov, já que quer oferecer seu país como plataforma de comércio com países como China, Rússia ou a Índia.

"O Cazaquistão pode ser usado não só como um destino final de investimentos, mas como uma plataforma onde os investidores vêm, aproveitam os benefícios de um clima propício para o investimento, de um setor privado forte, de uma política amistosa com os negócios e, através de convênios com as empresas locais, podem ir a mercados vizinhos", disse Idrissov em entrevista à Agência Efee.

Assim, a "excelente" relação que este país tem com nações como a Rússia, China e a Índia, que formam "um mercado enorme", pode beneficiar os investidores mexicanos.

Além disso, a boa relação do México com os países centro-americanos e caribenhos pode ser utilizada pelo país centro-asiático para expandir seus interesses.

"É um dos mais interessantes aspectos. O México é a ponte para a América Latina e o Caribe, e o Cazaquistão é a ponte na Eurásia, motivo pelo qual temos que utilizar até o máximo esta ponte entre nossos dois países", disse o ministro, que está no México na primeira visita de um funcionário oficial a este país.

Na quinta e na sexta-feira, Idrissov se reuniu com os ministros mexicanos de Economia, Ildefonso Guajardo, e Relações Exteriores, José Antonio Meade, assim como com o diretor da ProMéxico, Francisco González Díaz, que lidera a instituição mexicana encarregada da promoção dos investimentos e exportações no país.

Também manteve encontros com empresários mexicanos, com os quais realizou um fórum econômico bilateral e com o ex-presidente Vicente Fox (2000-2006).

Na entrevista à Efe, o político cazaque explicou que já que para seu país a importância da política externa "está crescendo muito", "está se abrindo a novas geografias no mundo", como a América Latina e o Caribe.

"Esse foi o propósito da minha visita. Viemos e dissemos que estamos expandindo nossa presença na América Latina e vocês, México, são uma porta muito importante para o Cazaquistão", insistiu.

"Igualmente, o Cazaquistão estaria feliz de promover os interesses do México em nossa zona do mundo, em Eurásia. China, Rússia, Índia e México tenho certeza que têm muitos interesses em comum e estaríamos encantados de unir nossas mãos com o México para promover seus interesses ali", ressaltou.

Na tarde da quinta-feira, Idrissov e Meade assinaram acordos para fortalecer as relações entre ambos países, entre eles a supressão de vistos diplomáticos, oficiais e de serviço (funcionários que não pertencem ao serviço exterior).

Além disso, em matéria econômica convieram aumentar o número de missões empresariais e o comércio, particularmente nos setores de mineração, metalurgia, maquinaria, alimentação, construção e manufatura de materiais de construção, e o desenvolvimento da indústria química.

Para o ministro Idrissov as principais vantagens de investir no Cazaquistão são que é um país que tem "uma das economias mais abertas e atrativas para os investimentos diretos do estrangeiro", e, como é um país "muito rico em recursos minerais", há grandes oportunidades em setores como "manufaturas e tecnologia".

Além disso, acrescentou, "o capital humano do Cazaquistão está muito bem treinado e muito bem educado e isto é um aspecto fundamental para os investidores", junto com o fato de que ser "um país estável politicamente".

Idrissov contou que outro dos motivos de sua viagem é continuar a campanha de busca de um assento rotativo como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU e assegurou que já tem o apoio do México.

Os atos oficiais de Idrissov se completaram na sexta-feira com uma reunião no Senado mexicano com membros da Comissão de Relações Exteriores e da Comissão Política Ásia-Pacífico.

Após realizar atividades privadas e reunir-se a portas fechadas com outro grupo de empresários, o ministro viajará neste sábado a Nova York, onde representará seu país na Assembleia Geral da ONU. EFE

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