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Trump diz que deportará todos os imigrantes ilegais dos EUA se for eleito

Donald Trump, pré-candidato republicano à Presidência dos EUA - Richard Drew/AP
Donald Trump, pré-candidato republicano à Presidência dos EUA Imagem: Richard Drew/AP

Em Washington

16/08/2015 13h46Atualizada em 16/08/2015 17h17

O pré-candidato republicano à Presidência dos EUA Donald Trump afirmou que, se for eleito para ocupar a Casa Branca no pleito de 2016, deportará todos os imigrantes ilegais do país, em entrevista divulgada neste domingo pela "NBC".

Trump deixou claro que rescindirá as decisões do presidente americano, o democrata Barack Obama, que impedem a expulsão tanto dos jovens imigrantes ilegais que chegaram ao país sendo crianças [os chamados "dreamers", ou "sonhadores"], como os pais de cidadãos americanos ou de filhos com situação legal.

"Manteremos as famílias unidas, mas eles têm que ir embora", ressaltou o magnata imobiliário, em entrevista gravada a bordo de seu avião privado durante sua visita neste fim de semana à feira de Iowa, um grande evento no qual vários candidatos republicanos e democratas buscaram apoio eleitoral.

"Trabalharemos com eles. Têm que ir embora (...). Ou temos um país ou não temos um país", insistiu o milionário.

Calcula-se que mais de 11 milhões de imigrantes ilegais vivem nos EUA.

Após a entrevista, o milionário publicou em seu site de campanha o programa de sua reforma migratória, no qual ressalta que "uma nação sem fronteiras não é uma nação", e defende a construção de um muro na fronteira sul com o México.

"O México deve pagar o muro", disse Trump nesse plano, ao alegar que "os líderes do México se aproveitaram dos EUA ao usar a imigração ilegal para exportar o crime e a pobreza de seu próprio país", o que é um custo "extraordinário para o contribuinte americano.

Além disso, o magnata é favorável ao fim "do direito à cidadania por nascimento", contemplado na 14ª emenda da Constituição, para os filhos de imigrantes ilegais.

O candidato também prometeu "triplicar" os funcionários do Escritório de Imigração e Alfândegas (ICE), que conta atualmente com cerca de 5.000 trabalhadores, e endurecer as penas para os "milhões de pessoas que vêm aos EUA com vistos temporários, mas se negam a ir embora".

O milionário tem provocado polêmica com seus comentários sobre imigração desde que, em 16 de junho, anunciou sua candidatura à indicação do Partido Republicano para as eleições presidenciais do próximo ano.

"Quando o México envia (aos EUA) sua gente, não envia os melhores. Envia as pessoas que têm muitos problemas, que trazem drogas, crimes, são estupradores", disse Trump, que defende construir um muro para evitar a entrada de imigrantes mexicanos.

Essa declarações geraram muitas críticas de ativistas da comunidade hispânica (cujo eleitorado é fundamental para ganhar as eleições), de famosos, como as atrizes Roselyn Sánchez e América Ferrera, e de políticos republicanos, como seu rival nas primárias do partido Jeb Bush, casado com uma mexicana.

Além disso, os controversos comentários custaram vários contratos ao magnata, entre eles com os canais de televisão Univisión, ESPN e "NBC" (que emitiu hoje a entrevista), a rede de lojas de departamento Macy's e o organizador das corridas automobilísticas de Nascar.

Apesar de suas frequentes investidas contra os imigrantes, Donald Trump lidera com folga as enquetes dos pré-candidatos presidenciais republicanos.