Topo

Trabalhista Khan e conservador Goldsmith disputam prefeitura de Londres

03/05/2016 16h27

Viviana García.

Londres, 3 mai (EFE).- O trabalhista Sadiq Khan e o "tory" (conservador) Zac Goldsmith são os dois candidatos com mais possibilidade de ganhar, nesta quinta-feira, a prefeitura de Londres, a cosmopolita capital do Reino Unido, que tem mais de oito milhões de habitantes.

Os londrinos deverão escolher o substituto do conservador Boris Johnson, que porá fim a uma gestão de oito anos para se concentrar em seu trabalho como parlamentar e liderar a campanha a favor da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) no referendo do próximo dia 23 de junho.

Embora vários candidatos tenham se apresentado às eleições locais do dia 5, os políticos com possibilidades reais de ganhar a prefeitura são Khan, de 45 anos, e Goldsmith, de 41, já que os partidos que dominam o jogo político britânico são justamente o Trabalhista e o Conservador.

Além da figura do prefeito, os londrinos deverão escolher a composição da Assembleia da cidade, integrada por 25 membros, atualmente com 12 cadeiras para os trabalhistas, nove para os conservadores, duas para os Verdes e duas para os liberal-democratas.

Os dois principais candidatos são bem diferentes, já que Khan é muçulmano e vem de uma família de poucos recursos, enquanto Goldsmith é de origem judaica e é considerado um dos políticos mais ricos, por ter herdado milhões de libras de seu pai, o falecido empresário e político James Goldsmith.

Os analistas já anteciparam que as pesquisas indicam que o candidato trabalhista tem mais chances de ser eleito.

Apesar de o "tory" Boris Johnson ter ganhado duas vezes a prefeitura, ajudado por sua popularidade pessoal, Londres é marcadamente uma cidade trabalhista, explicou o professor Tony Travers, da London School of Economics (LSE).

Os passados tão opostos de Khan e Goldsmith não aparecem como elementos que influenciam os eleitores na hora de votar, já que "importa mais a responsabilidade do que os antecedentes", justificou Travers a jornalistas estrangeiros.

"Um passado particular (do candidato) não é uma barreira para ganhar a eleição", reiterou o analista político da LSE.

O próximo inquilino do City Hall, edifício situado em frente à emblemática Tower Bridge de Londres, será responsável, junto com a Assembleia, por transporte, polícia, meio ambiente e habitação, entre outros âmbitos.

A crise de habitação na capital britânica, por falta de imóveis acessíveis, é um dos pontos mais importantes e centrou os debates eleitorais.

Com preços imobiliários que disparam mês a mês e valores exorbitantes de aluguel, o novo prefeito terá a difícil tarefa de apoiar a construção de propriedades acessíveis para ajudar os trabalhadores de salários mais baixos.

A estimativa é que a população da cidade chegará a dez milhões em 2031, um ritmo que não tem correspondência com a construção, já que nos últimos tempos foram edificados somente 25 mil novos imóveis por ano.

Nesse sentido, Sadiq Khan prometeu que metade de todas as casas de nova construção será de compra acessível, enquanto Goldsmith destacou que aumentará a edificação até 2020, para 50 mil novas propriedades ao ano.

Outro assunto que preocupa é o transporte, para o que Khan propõe congelar durante quatro anos as tarifas do metrô e dos ônibus, que são reajustadas a cada mês de janeiro, e Goldsmith quer destinar mais fundos para melhorar todo o serviço.

Os analistas avaliaram que a segurança é algo que preocupa cada vez mais a população, por causa da ameaça terrorista, o que os dois candidatos se comprometeram a reforçar.

Na quinta-feira, os eleitores terão que marcar nas cédulas o nome de seu prefeito de preferência e uma segunda opção, caso o primeiro não supere os 50% necessários para ganhar. Neste caso haverá segundo turno entre os dois mais votados.