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Na Venezuela, presidente do Irã diz que paz do mundo inteiro está em risco

Rouhani encontrou-se com Maduro (dir.) antes do início da reunião na Venezuela - Juan Barreto/AFP
Rouhani encontrou-se com Maduro (dir.) antes do início da reunião na Venezuela Imagem: Juan Barreto/AFP

Em Isla Margarita (Venezuela)

17/09/2016 15h46

O presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou neste sábado, no início da Cúpula do Movimento de Países Não-Alinhados (MNOAL), na qual passará a presidência do bloco à Venezuela, que o evento acontece em meio a uma situação na qual "a paz do mundo inteiro está em risco".

"Os membros do MNOAL querem mais do que nunca hoje a solidariedade, a consolidação e a integração", disse o líder iraniano, que considera "muito preocupante o que está ocorrendo atualmente nas relações internacionais" no mundo globalizado.

Rohani destacou que os países não-alinhados constituem dois terços da Assembleia Geral da ONU, por isso são "uma parte indispensável nas soluções para os desafios atuais do mundo".

O presidente iraniano garantiu que a "tendência à polarização militar atual está superando as corridas armamentísticas do passado" com a "proliferação de guerras, disputas e a ingerência nos assuntos internos das nações por parte dos países que têm poder e riqueza".

"Observamos incidentes muito dolorosos em Síria, Iraque, Líbia que machucaram e ainda afetam a consciência de milhares de pessoas no mundo", declarou.

Rohani disse que o Irã "advertiu desde o princípio sobre o perigo do terrorismo jihadista" a governos como os de Iraque e Síria.

"Os países que apoiam os terroristas estão exportando o terrorismo da Síria e de outros estados desmembrados a outros países", afirmou, para em seguida ressaltar que as grandes potências "não só não ajudaram a resolver esses problemas como tiveram uma grave responsabilidade" nos mesmos e no "deslocamento de populações".

Rohani atribuiu também uma parte da responsabilidade a "alguns países-membros do MNOAL, que ao apoiarem o terrorismo criaram violência em outros países", em referência implícita a países como a Arábia Saudita.

"Eu mesmo adverti na Assembleia Geral da ONU sobre o perigo do extremismo, o terrorismo e a violência", disse.

Rohani transferiu a presidência do movimento à Venezuela, após um mandato de quatro anos, e destacou que seu país fez "especiais esforços na preservação da paz e dos direitos humanos, na sinergia e consolidação dos vínculos e o entendimento entre os membros".

"O Irã tem a honra de, após quatro anos de presidência, entregar esta grande responsabilidade ao governo do país amigo Venezuela", disse.

"Com o apoio de todos os membros, espero que a presidência venezuelana seja um período bem-sucedido para as atividades do movimento", acrescentou.