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Trump quer rever ligações com Cuba caso país não mude sua política interna

Em Miami (EUA)

17/09/2016 00h34

O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta sexta-feira (16), em um comício em Miami, que, se for eleito, vai rever a abertura dos EUA em relação a Cuba, a menos que as "liberdades religiosas e políticas" aconteçam na ilha. Durante um discurso no auditório James L. Knight Center, o magnata afirmou que vai se alinhar "com o povo cubano em sua luta contra a opressão comunista".

"Todas essas concessões que Barack Obama tem dado ao regime de [Raúl] Castro foram feitas através de ordens executivas, o que significa que o próximo presidente pode revertê-las, e isso é o que vou fazer, a menos que o regime dos Castro escute nossas reivindicações", afirmou Trump.

"Essas exigências incluirão liberdade religiosa e política para o povo de Cuba", acrescentou Trump, em Miami, cidade que abriga uma numerosa comunidade cubana, onde se estabeleceram os exilados políticos provenientes da ilha.

As palavras do candidato representam uma virada ao apoio que deu ao longo da campanha eleitoral ao restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, que teve início com o anúncio simultâneo em dezembro de 2014 por parte de Obama e Castro, que realizaram uma aproximação após mais de 50 anos de silêncio.

Durante seu discurso em Miami, Trump disse que em seu primeiro dia de governo vai ordenar "uma revisão de todos os regulamentos feitos nos últimos dez anos" e que pedirá ao Congresso propostas de leis que rejeitem normas de Obama "que foram um desastre".

Em Miami, Trump condensou suas propostas em matéria econômica com promessas de mais trabalho para a população, incluídos os latino-americanos. "Minha agenda econômica se pode resumir em três palavras, e acredito que vocês vão gostar delas: trabalho, trabalho e trabalho", afirmou.

Quando se referiu a sua rival na corrida presidencial, a democrata Hillary Clinton, Trump afirmou que ela é "totalmente inadequada" para o cargo e advertiu seus eleitores que visa "destruir a segunda emenda", que outorga aos americanos o direito a possuir e portar armas.

"Ela quer destruir a segunda emenda. Armas, armas, armas. Acho que seus guarda-costas deveriam soltar todas suas armas, acho que deveriam ficar desarmados", afirmou Trump, que arrancou aplausos e gritos de seus eleitores.

Minutos antes de seu discurso, cerca de 50 pessoas pararam em frente ao James L. Knight Center para protestar contra o republicano e pedir que ele torne pública sua declaração de impostos, como acontece há décadas com todos os candidatos presidenciais e que até agora ele não cumpriu a tradição.

"Os imigrantes ilegais contribuem com milhões de dólares anuais em impostos e ele está escondendo alguma coisa", afirmou à Agência Efe a ativista Ruth Moreno, participante do protesto.