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Putin e Trump decidem lutar juntos contra o terrorismo jihadista na Síria

Carlos Barria/Reuters
Imagem: Carlos Barria/Reuters

28/01/2017 19h55

Os presidentes de Rússia, Vladimir Putin, e Estados Unidos, Donald Trump, conversaram por telefone neste sábado e decidiram coordenar a luta contra o Estado Islâmico (EI) e outros grupos terroristas na Síria, além de normalizar as relações bilaterais, segundo informou o Kremlin.

"Os presidentes decidiram forjar uma autêntica coordenação entre russos e americanos com o objetivo de destruir o Estado Islâmico e outros grupos jihadistas na Síria", afirma o comunicado oficial sobre o primeiro contato direto entre ambos desde a posse de Trump.

Durante a conversa, que durou aproximadamente 45 minutos, Putin e Trump abordaram o conflito na Síria, onde vigora um cessar-fogo desde o dia 30 de dezembro, embora continue a luta contra os grupos terroristas.

Putin, que aproveitou para parabenizar Trump pela posse e o desejou sucesso no cargo, destacou que a Rússia "apoiou os EUA durante os últimos dois séculos, foi aliada em duas guerras mundiais e agora vê os EUA como principal parceiro na luta contra o terrorismo internacional".

Segundo o Kremlin, também foram abordados outros conflitos como o árabe-israelense, as crises nucleares iraniana e coreana, o conflito na Ucrânia e outros aspectos no âmbito da não proliferação nuclear e da estabilidade estratégica.

"(Putin e Trump) decidiram cooperar como parceiros nestes e em outros âmbitos", destacou a nota.

Putin ressaltou "a importância de restabelecer os laços econômico-comerciais mutuamente beneficentes entre os círculos empresariais de ambos os países", ao dizer isso contribuirá para melhorar as relações bilaterais.

O Kremlin enfatizou que ambas as partes se mostraram dispostas a normalizar as danificadas relações bilaterais de maneira "construtiva e em um plano de igualdade".

Trump destacou que o povo americano sente simpatia em relação aos russos, e Putin respondeu que esse sentimento de apreço é mútuo. Além disso, o líder russo e o novo chefe da Casa Branca decidiram manter contatos de maneira regular e estudar uma possível data e sede para uma primeira reunião.

O Kremlin não informou se na conversa foi discutido o tema das sanções econômicas contra a Rússia pela anexação da Crimeia e pela ingerência nos assuntos da Ucrânia. Assessores de Trump sugeriram que o tema está sobre a mesa, mas Trump disse na sexta-feira que é "cedo demais" para falar sobre isso.

Putin e Trump só tinham se falado uma vez até então, quando o líder russo ligou para o americano para dar os parabéns pela vitória nas eleições presidenciais de 20 de novembro do ano passado.