Topo

Conheça os pontos do acordo de paz entre israelenses e palestinos

Palestinos comemoram cessar-fogo do conflito em Gaza na cidade de Ramallah -
Palestinos comemoram cessar-fogo do conflito em Gaza na cidade de Ramallah

Nidal al-Mughrabi e Luke Baker

26/08/2014 17h19

Israel e os palestinos concordaram nesta terça-feira com um plano mediado pelo Egito para acabar com o conflito na Faixa de Gaza, depois de 50 dias de combates nos quais mais de 2.100 palestinos, a maioria civis, 64 soldados israelenses e cinco civis morreram.

A seguir estão os parâmetros gerais do acordo, que negociadores israelenses e palestinos têm trabalhado por meio de conversas indiretas na capital egípcia, Cairo, nas últimas semanas.

Como parte do acordo, os dois lados concordaram em tratar de questões mais complexas que os dividem via negociações também indiretas daqui a um mês. Entre esses temas estão a libertação de prisioneiros palestinos e as demandas de Gaza por um porto marítimo, por exemplo.

Medidas imediatas

- O Hamas e outros grupos militantes em Gaza concordaram em suspender todos os foguetes e bombas de morteiros contra Israel.

- Israel vai suspender todas as ações militares, incluindo ataques aéreos e operações terrestres.

- Israel concordou em abrir mais de suas fronteiras com Gaza para permitir o fluxo mais fácil de mercadorias, incluindo equipamento de ajuda humanitária e de reconstrução, ao enclave costeiro.

- Em um acordo separado, bilateral, o Egito vai concordar em abrir a sua fronteira de 14 quilômetros com Gaza, em Rafah.

- A Autoridade Palestina, liderada pelo presidente Mahmoud Abbas, deverá assumir a responsabilidade de administrar as fronteiras de Gaza no lugar do Hamas. Israel e Egito esperam que isso evite a entrada de armas, munições e qualquer produto de "dupla utilização" em Gaza.

- A Autoridade Palestina vai coordenar o esforço de reconstrução em Gaza com doadores internacionais, incluindo a União Europeia.

- Israel deverá diminuir a área de segurança no interior da fronteira de Gaza, reduzindo para 100 metros, ante 300 metros, se a trégua for mantida. A mudança vai permitir aos palestinos mais acesso a terras agrícolas perto da fronteira.

- Israel vai estender o limite de pesca ao longo da costa de Gaza para seis milhas, ante as atuais três milhas, com a possibilidade de alargar o espaço gradualmente se a trégua persistir. Em última análise, os palestinos querem voltar ao limite internacional pleno de 12 milhas.

Impasses de longo prazo a serem discutidos

- O Hamas quer que Israel liberte centenas de prisioneiros palestinos detidos na Cisjordânia após o sequestro e assassinato de três seminaristas judeus, em junho, um ataque que levou à guerra. O Hamas inicialmente negou envolvimento nas mortes, mas um alto funcionário do movimento na Turquia admitiu na semana passada a autoria do ataque.

- O presidente Abbas, que lidera o partido Fatah, quer liberdade para prisioneiros palestinos presos há um longo tempo cujo processo de libertação foi abandonado após o fracasso das negociações de paz entre Israel e a Autoridade Palestina.

- Israel quer que o Hamas e outros grupos militantes em Gaza entreguem todos os restos mortais e objetos pessoais de soldados israelenses mortos durante a guerra.

- O Hamas quer a construção de um porto marítimo em Gaza que permita o transporte de pessoas e bens para dentro e fora do enclave. Israel rejeita os planos há tempos, mas é possível que um progresso possa ser feito em relação ao tema se houver garantia de segurança absoluta.

- O Hamas quer o descongelamento de fundos para permitir o pagamento de 40 mil policiais, funcionários do governo e outro pessoal administrativo que estão em grande parte sem salários desde o ano passado.

- Os palestinos também querem a reconstrução do aeroporto de Gaza. O Aeroporto Internacional Yasser Arafat foi inaugurado em 1998, mas foi fechado em 2000 depois de ter sido bombardeado por Israel.