Israel mantém bombardeios em Gaza e adverte que ofensiva pode demorar

GAZA, Territórios palestinos, 24 Ago 2014 (AFP) - O Exército israelense prosseguiu com os bombardeios intensos em Gaza neste domingo, depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu advertiu que a ofensiva vai continuar até que Israel alcance os objetivos.

Não há sinal algum de que Israel e Hamas pretendam aceitar o apelo de cessar-fogo feito no sábado pelo Egito, que atua como mediador.

Neste domingo, ao mesmo tempo que eram mantidos os disparos de foguetes a partir de Gaza contra Israel, um ataque aéreo israelense matou uma mulher e seus três filhos, segundo fontes médicas.

No total, 12 pessoas morreram nos ataques israelenses neste domingo.

Um porta-voz do Exército israelense anunciou que um integrante do Hamas responsável pela chegada de recursos para as atividades "terroristas" do movimento islamita, Mohamed al-Gul, morreu em um ataque.

A aviação israelense atacou 27 "alvos terroristas" em Gaza durante a manhã deste domingo e os combatentes palestinos dispararam quase 50 foguetes e morteiros contra Israel, segundo o Exército.

Fontes médicas israelenses anunciaram que três pessoas ficaram feridas em ataques palestinos, uma delas com gravidade, no posto de passagem de Erez, entre Israel e Gaza.



Netanyahu adverte Líbano e Síria

Em uma reunião extraordinária do governo, Netanyahu afirmou que "a operação Barreira Protetora continuará até alcançar seus objetivos, o que pode levar tempo".

"O Hamas continuará pagando caro por seus crimes", disse Netanyahu, a respeito da primeira morte de uma criança israelense no conflito. A criança tinha quatro anos e foi atingida na sexta-feira por um ataque com foguete no sul do país.

"Peço a todos os habitantes de Gaza que abandonem imediatamente os locais onde o Hamas realiza suas atividades terroristas contra nós, porque são alvos", completou.

"Não existirá impunidade para qualquer um que dispare contra cidadãos israelenses, independentemente do setor ou fronteira", afirmou, em uma aparente referência aos foguetes procedentes do Líbano e da Síria.

Neste domingo, cinco foguetes disparados a partir da Síria atingiram a parte das Colinas de Golã ocupada por Israel, sem deixar vítimas.

Fontes militares não souberam informar quem disparou os foguetes e o Exército israelense não respondeu ao ataque.

No sábado, outro foguete, desta vez lançado a partir do Líbano, atingiu o norte de Israel e provocou danos materiais. A ação não foi reivindicada e o Exército israelense não respondeu.

No campo diplomático, o Egito pediu no sábado que israelenses e palestinos aceitem um cessar-fogo de duração ilimitada e retomem as negociações no Cairo.

Israel insiste em obter garantias para a segurança dos cidadãos do sul do país, os mais expostos aos foguetes disparados de Gaza.

O movimento islamita Hamas, que controla o território, exige o fim do bloqueio imposto por Israel a Gaza desde 2006, além da abertura de um porto e de um aeroporto.

"O que nos interessa agora é acabar com o banho de sangue", declarou o presidente palestino, Mahmud Abbas, após um encontro no sábado com o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi.

Um porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, afirmou que o movimento analisará qualquer proposta apresentada.

Desde 8 de julho, mais de 2.100 palestinos morreram na Faixa de Gaza, segundo fontes locais.

Do lado israelense morreram 64 soldados e quatro civis.

Segundo a ONU, 70% dos palestinos mortos são civis. Entre as vítimas fatais estavam 478 crianças.

Além disso, 460.000 pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas em Gaza, mais de 25% da população total do território.



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