Israel anuncia trégua humanitária de sete horas em Gaza

Em Jerusalém

 Israel vai evitar qualquer disparo contra a maior parte da faixa de Gaza nesta segunda-feira (4) durante sete horas de "janela humanitária", indicou um comunicado do Exército no 28º dia de sua ofensiva contra o Hamas.

O cessar-fogo vai vigorar das 4h às 11h de Brasília em todo o enclave palestino, à exceção da parte situada a leste da cidade de Rafah, no sul do território, "onde confrontos ainda estão sendo travados e onde uma presença militar israelense é mantida", indica o texto.

O chefe de operações militares israelenses na Cisjordânia e em Gaza, general Yoav Mordechai, alertou em um comunicado que, "se a trégua for violada, o Exército responderá com disparos contra a origem dos disparos palestinos".

Mordechai também pediu que os habitantes de Abassan al-Kabira e de Abassan al-Saghira, duas aldeias situadas a leste de Khan Yunis (sul de Gaza), voltem para casa a partir das 3h desta segunda-feira.

Entenda a ofensiva de Israel em Gaza
  • Como o novo conflito começou?
    A tensão aumentou drasticamente após o sequestro de 3 jovens israelenses na Cisjordânia, em junho. Israel então fez missão de busca que prendeu 420 palestinos e matou 6 inocentes. Após 18 dias, os corpos dos jovens foram achados. Vários grupos jihadistas assumiram o crime. Mas Israel culpa o Hamas, que não se posicionou. Depois, um palestinos de 16 anos foi morto em Jerusalém por judeus radicais
  • Em qual contexto político o crime aconteceu?
    As relações entre os governos israelense e palestino já estavam tensas desde que, em abril, Hamas e Fatah anunciaram governo de unidade nas regiões autônomas palestinas. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o novo governo reconhece os acordos de paz assinados, mas Israel acha que Abbas não pode fechar acordo com Israel e, ao mesmo tempo, com o Hamas, que quer a destruição de Israel
  • Por que a área do conflito é polêmica?
    Os jovens israelenses eram de assentamentos em território palestino da Cisjordânia considerados ilegais pela ONU por violar o artigo 49 da Quarta Convenção de Genebra, de 1949, que proíbe a transferência violenta de população civil para outro Estado. Israel discorda dessa interpretação e alegando que a área nunca teria sido parte de um Estado soberano e que o acordo não se aplica ali
  • Por que a ONU fala em "emergência humanitária"?
    A ofensiva de Israel está cada vez mais sangrenta. Em poucas semanas, mais de mil palestinos foram mortos nos ataques em Gaza, inclusive dezenas de idosos e crianças. Cerca de 53 mil soldados israelenses agem em uma pequena faixa de terra de 362 km2, ondem vivem meio à extrema pobreza 1,8 milhão de palestinos. A ONU diz que mais de 3/4 das vítimas são civis e já são mais de 80 mil desabrigados

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos