Hamas se diz "pronto para retomar ataques" perto de a trégua humanitária expirar
Em meio às negociações de um cessar-fogo mais duradouro na Faixa de Gaza, oficiais do braço armado do grupo palestino Hamas disseram nesta quinta-feira (7) que “estão prontos para retomar ataques”. A atual trégua humanitária, até o momento respeitada pelo grupo e por Israel, termina nesta sexta-feira (8).
“Estamos prontos para retomar a batalha se as demandas palestinas não forem atendidas no Cairo”, disse Mosher al-Masry, porta-voz do Hamas, diante de um grupo de apoiadores, segundo a "CNN".
Em outro comunicado, de acordo com o "Haaretz", as brigadas Izz ad-Din al-Qassam juraram “destruir as forças terrestres israelenses” caso elas tentem entrar novamente em Gaza. Eles ainda ameaçaram fechar o espaço aéreo do aeroporto internacional de Bem Gurion, em Israel.
Entre as demandas do Hamas, está o fim do bloqueio que limita o trânsito de pessoas e bens – tanto para entrar como para sair de Gaza. As brigadas exigem também o estabelecimento de um porto local. Israel, no entanto, exige que o Hamas entregue suas armas.
Mediadores no Cairo (Egito) tentam obter um acordo definitivo de cessar-fogo desde terça-feira (5), quando teve início a trégua humanitária de 72 horas acordada entre grupos palestinos e Israel. Ela deve terminar às 2h (horário de Brasília) desta sexta-feira.
"As conversas indiretas entre os palestinos e os israelenses estão avançando", disse um representante egípcio, deixando claro que ambos os lados não estão se encontrando cara a cara. "Ainda é muito cedo para falarmos de resultados, mas estamos otimistas." Até agora, no entanto, ambas as partes não mostraram sinais de concordância com as demandas apresentadas.
Dos mais de 1.800 mortos pelos bombardeios aéreos e terrestres israelenses, 85% são civis, segundo um balanço da ONU.
Força onipresente e invisível
Os militantes do grupo islamita palestino Hamas são, ao mesmo tempo, onipresentes e invisíveis na Faixa de Gaza. Eles se comunicam facilmente pelo rádio e nas redes sociais, que se converteram em sua arma de sedução das massas.
No território palestino, os combatentes do Hamas jamais são vistos durante os combates, embora tenham lançado mais de 3.000 foguetes em direção a Israel desde 8 de julho, segundo o exército israelense, alguns, inclusive, a partir do bairro onde se alojam os jornalistas estrangeiros.
Mesmo após os bombardeios israelenses em setores sensíveis do território, os combatentes primaram por sua ausência, escondidos nos túneis que atravessam as entranhas da Faixa ou à paisana.
Israel, cuja operação "Barreira Protetora" pretendia destruir este mundo subterrâneo, acusa o "movimento de resistência islâmica", nome oficial do Hamas, de utilizar os moradores de Gaza como escudos humanos.
Alguns líderes escaparam da morte em conflitos anteriores, outros viram Israel bombardear suas casas durante a guerra e depois desapareceram com os telefones desligados. Apenas os porta-vozes do movimento ofereceram coletivas de imprensa improvisadas.
Os líderes recuaram para as redes sociais, como o Facebook, para publicar com regularidade exemplar declarações glorificando a resistência a Israel e as conquistas militares das brigadas de Ezedine al-Qassam, o braço armado do Hamas. (Com CNN e AFP)
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