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Apesar de avanços diplomáticos, EUA criticam Cuba e Irã por direitos humanos

Lesley Wroughton e David Brunnstrom

Em Washington

25/06/2015 17h03

Os Estados Unidos divulgaram nesta quinta-feita (25) um longamente adiado relatório sobre direitos humanos com uma retórica forte contra países como Irã, Cuba, Mianmar e Vietnã, apesar de estarem se esforçando para melhorar as relações com todos eles.

Embora os EUA e outras potências mundiais estejam tentando firmar um acordo nuclear com o Irã até 30 de junho, o documento do Departamento de Estado norte-americano criticou Teerã por ter a segunda maior taxa de execuções do mundo "no fim de procedimentos legais que frequentemente não respeitaram a garantia constitucional do devido processo legal do próprio Irã".

O relatório afirmou que os problemas de direitos humanos mais sérios do Irã são as restrições severas à expressão, à religião e à mídia, e que pessoas também foram detidas, torturadas ou mortas de maneira arbitrária e ilegal.

Sobre Cuba, o Departamento de Estado disse que, embora Havana tenha amenizado muito as restrições de viagens em janeiro, o governo continuou negando pedidos de passaporte para certas figuras da oposição ou as assediou quando voltaram ao país.

O relatório expressou preocupação com a violência, a intimidação e as detenções usadas para coibir a livre expressão e as reuniões pacíficas e afirmou que Cuba não respeita a liberdade de expressão e de imprensa, restringe severamente o acesso à internet e mantém um monopólio sobre os veículos de comunicação.

Em relação à Rússia, o departamento declarou que o sistema político está se tornando "cada vez mais autoritário" e que Moscou aprovou novas medidas para suprimir a discórdia.

O documento enfatizou os abusos em países da Ásia com os quais os EUA vêm trabalhando para melhorar as relações, especificamente Mianmar e Vietnã, assim como num país aliado, a Tailândia, onde militares assumiram o poder com um golpe de Estado em maio de 2014.

A previsão de divulgação do relatório era fevereiro. Autoridades norte-americanas negaram que o atraso foi devido a preocupações de que o documento poderia afetar as negociações com o Irão sobre um acordo nuclear e com Cuba sobre a restauração de relações diplomáticas. (Reportagem adicional de Idrees Ali)