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Falsa embaixada dos EUA em Gana é fechada após décadas emitindo vistos

Fachada da falsa embaixada dos EUA em Acra - Departamento de Estado dos EUA/Reprodução
Fachada da falsa embaixada dos EUA em Acra Imagem: Departamento de Estado dos EUA/Reprodução

Matthew Mpoke Bigg e Lisandra Paraguassu

Em Acra

04/12/2016 10h37

Autoridades em Gana descobriram uma falsa embaixada dos Estados Unidos na capital Acra, comandada por uma rede criminosa que há décadas emitia vistos autênticos obtidos de forma ilegal, informou o Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Até ser fechada, a falsa embaixada funcionava em um prédio rosa de dois andares com um telhado de ferro ondulado e a bandeira norte-americana do lado de fora. Dentro, um retrato do presidente Barack Obama pendurado.

Passaportes falsos e documentos apreendidos durante a operação que fechou uma falsa embaixada dos EUA em Gana - Departamento de Estado dos EUA/Reprodução - Departamento de Estado dos EUA/Reprodução
Passaportes falsos e documentos apreendidos durante a operação q
Imagem: Departamento de Estado dos EUA/Reprodução

"Não era operada pelo governo dos Estados Unidos, mas por gangues de crime organizado de Gana e Turquia e um advogado de Gana que especialista em leis de imigração e criminal", disse o Departamento de Estado em comunicado divulgado na noite.

Cidadãos turcos, que falavam inglês e holandês, posavam de autoridades consulares e cuidavam das operações. Investigações também descobriram uma falsa embaixada holandesa, segundo o Departamento de Estado.

Autoridades da Holanda não foram imediatamente encontradas para comentar neste domingo.

A gangue criminosa emitiu vistos norte-americanos legítimos, mas obtidos de maneira fraudulenta, além de documentos falsos de identificação, incluindo certidões de nascimento ao preço de 6.000 dólares cada, segundo o comunicado.

Durante batidas policiais que levaram a um número de prisões, autoridades também capturaram vistos indianos, sul-africanos e da zona Schengen autênticos e falsificados e 150 passaportes de 10 países diferentes, junto com um laptop e smartphones.

O comunicado não dizia como a gangue obtinha os vistos autênticos, nem quantas pessoas devem ter entrado ilegalmente nos Estados Unidos e outros países usando vistos emitidos pela gangue, que usava de  suborno para operar sem impedimentos.